Uma alma imensa de um Rio Ave que terminou o jogo com oito jogadores não chegou para evitar a quarta derrota consecutiva. O V. Guimarães arrancou um triunfo sobre a linha da meta e cumpriu a obrigação perante um adversário que só teve onze jogadores na primeira parte. O jogo, esse, ficou estragado de início.

Vale a pena ir desde já por aí, aliás. Houve três penalties, três vermelhos a jogadores do Rio Ave, mais a expulsão de Carlos Brito. Na maior parte das decisões o árbitro merece o benefício da dúvida. Mas, pelo menos, as expulsões de Saulo e Vítor Gomes, e o penalty do triunfo vimaranense, parecem exageradas.

Confira a ficha e as notas dos jogadores

Bruno Paixão, incendiou o jogo (destaques)

Mais do que esses grandes erros, porém, os quais até levantam dúvidas e podem ser de grande discussão, foram os pequenos erros que Bruno Paixão acumulou desde o início que estragaram o jogo. Um exagero de faltas, interrupções e amarelos que irritaram toda a gente a lançaram o jogo para o abismo. O resto, já se sabe.

Ora por isso os ânimos ferveram. O jogo não foi bem jogado, mas foi emotivo. Ficou louco, excessivamente nervoso, demasiado sofredor. As bancadas assistiram agitadas a uma sucessão de acontecimentos rara, que exigiu a presença dos bombeiros, meteu uma troca de empurrões e a expulsão de um adepto.

Brito: «Havia gente a chorar seriamente no balneário»

Machado: «É preciso saber lidar com Bruno Paixão»

No fim os jogadores do Rio Ave até pediram, através de um funcionário, que se afixasse na sala de imprensa uma entrevista de Manuel Machado na qual o treinador do V. Guimarães dizia que o clube estava obrigado a ganhar em Vila do Conde. Explicavam eles que o adversário tinha de ganhar de que jeito fosse.

Ora por aqui já se vê como sobrou pouco futebol do jogo que houve. O V. Guimarães ganhou sem o merecer, ele que demorou uma eternidade a capitalizar a vantagem numérica sobre o terreno. Por duas vezes, aliás, e ambas em jogadas de bola parada, o Rio Ave conseguiu anular a desvantagem. Não chegou.

Bruno Paixão até deixou João Tomás sem palavras

Edgar: «Abstraímo-nos do que se estava a passar»

Aos 89 minutos, no último penalty, Edgar fez o terceiro golo (ele que já tinha marcado também da marca de onze metros logo no início) e tornou-se impossível a recuperação do Rio Ave. Por muita boa vontade que tivessem os jogadores: eles que foram a correr colocar a bola no centro para reatar a partida.

Antes disso, e após uma boa primeira parte, que começou com um golo do V. Guimarães e seguiu com uma excelente reacção do Rio Ave, com muitas ocasiões de golo e incerteza no marcador, após isso, dizia-se, chegou a expulsão de Saulo por simulação, mais a expulsão de Carlos Brito e o jogo ficou estragado.

Jogadores do Rio Ave não falaram, mas mandaram recado

Rio Ave: presidente sentiu-se mal e teve de ser assistido

A segunda parte teve pouco futebol. Um penalty permitiu o empate do Rio Ave, seguiu-se outra expulsão, desta vez de Éder, muito justa, mais uma expulsão de Vítor Gomes e um penalty que parecem menos justos, quatro golos ao todo e uma vitória do V. Guimarães que confirma a recuperação da formação de Manuel Machado.