Carlos Brito, treinador do Rio Ave, em declarações no final da derrota em Vila do Conde (2-3) perante o V. Guimarães, num jogo em que o Rio Ave terminou reduzido a oito jogadores e que teve três penalties, dois dos quais favoráveis ao V. Guimarães:

«Eu sou sério e pareço sério. Apetece-me dizer tanta coisa... O que mais me custou foi ver os jogadores, foi uma tristeza enorme, foi a pior situação que vivi no Rio Ave. Esta é a única profissão que tenho. Só vivo do futebol. Tenho mulher, tenho filhos, tenho família. Amanhã vou passear e sem medo de nada.

Que vou dizer o que mais deste jogo? Havia gente a chorar seriamente no balneário. Tenho a certeza absoluta que se isto se passasse numa outra circunstância, não seria assim. Não foi um jogo benéfico para tudo o que é o futebol. Se eu soubesse que amanhã é o fim do mundo, outro galo cantaria.

Fui agressivo na forma como exteriorizei o sentimento, e eu nunca me queixei do árbitro por coisa nenhuma. No intervalo fui bem expulso. Mas foi a única coisa boa que o Bruno Paixão fez este jogo. As pessoas às vezes costumam dizer ah, e tal, é um gajo porreiro. Gajo porreiro sou eu, e de vez em quando...

O Manuel Machado dizia que era obrigatório ganhar em Vila do Conde. Mas isso eu entendo-o no sentido positivo, como para motivar os jogadores do V. Guimarães. Agora motivar terceiros? Isso é que me deixa de pé atrás. Vejam quem apitou o jogo da primeira jornada aqui com o Nacional e vejam o primeiro golo.

Eu sinceramente acho que a arbitragem não está má e não confundo a arbitragem portuguesa com o que se passou hoje aqui. Mas tudo o que eu possa dizer não vai alterar nada. Ando no futebol há tempo suficiente para saber que o que eu digo, não chega longe. Isto é quase uma conversa entre nós.»