Voltou à Luz. Não é o primeiro regresso desde que saiu do Benfica, pelo qual foi campeão e contra o qual luta, ironicamente, pelo título deste ano. Mas foi a estreia na Luz de leão ao peito, pelo rival eterno, pelo segundo Sporting que representa nesta temporada. Talvez por ainda se poder sagrar campeão pelo primeiro, o de Braga, lutou pelo lado direito, mas desta vez como médio. Protagonizou a grande situação de perigo dos verdes e brancos, numa jogada aos 17, servido por Liedson. Todos se recordam do lance polémico com Hugo Viana, em 2005, neste mesmo recinto, quando vestia de encarnado. O seu percurso levou-o ao outro lado da «guerra», onde tem de se debater com o próprio passado e escrever uma nova história, agora que é leão. Tentou, tentou muito começar por inverter essa colagem ao Benfica, sem dar descanso a Fábio Coentrão. Ainda tentou o remate de longe, mas esse também saiu ao lado. Crucificado no derby de Alvalade, para a Taça da Liga, nesta noite quase sentia o lado da glória. Mas lá está, essa, como os seus remates, passaram ao lado. Mais derbies virão.
Liedson
Entrou em campo com 11 golos apontados ao rival. Pisou o relvado como o melhor marcador em actividade destes derbies eternos. Esperou para ver se Luisão estava ok - os encontros no relvado, entre ambos, são conhecidos e vão ficar na história - e depois actuou como sempre: a pressionar a defesa encarnada, a pressionar Luisão, num duelo interessantíssimo de seguir. Porém, desta vez, ganhou o central, mesmo que o amarelo que viu vá gerar polémica e comentários opostos entre sportinguistas e benfiquistas.
Daniel Carriço
A bravura não se mede aos palmos. A inteligência muito menos. O camisola 3 do Sporting foi um gigante na defesa leonina (até aos 68m), muito por culpa da leitura de jogo que evidenciou, mas também da determinação. E quando a ameaça é um dos dois melhores marcadores do campeonato... É baixo? Sim, até pode ser, mas quantos outros centrais, grandes em campo, não tinham tantos centímetros? O Sporting formou um patrão na Academia. Não, não são só extremos que saem de Alcochete. No golo do Benfica tinha Cardozo ao lado, e o pecado caiu no mais bravo leão na defesa. Irónico, não é?
Djaló
Vinha de grande noite em Alvalade, apagou-se por completo num palco chamado Luz. Tentou sempre impor velocidade nas acções, romper pelas alas, ora direita, ora esquerda. Não conseguiu - o que também diz do bom trabalho de Ruben Amorim e Fábio Coentrão - e a equipa ressentiu-se bem disso. Muito abaixo do que prometia para este Benfica-Sporting.
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