Óscar Cardozo, o homem-golo dos encarnados e da prova, assinou o 21º na presente edição, numa altura em que se linmitava a resistir em campo. O paraguaio, que sofreu uma falta de Grimi para castigo máximo, pouco antes do golo, aguentou e, aos 68 minutos, empurrou a equipa para a frente, concluindo um remate cruzado de Fábio Coentrão. Aimar, 11 minutos depois, carimbou a vitória com um grande golo, após desembaraçar-se de Grimi e Rui Patrício.
Sem Maxi Pereira, castigado, e Saviola, ainda limitado, o Benfica conseguiu recuperar «in extremis» o central Luisão, que já em pleno relvado da Luz realizou o derradeiro teste, com Sidnei de prevenção. David Luiz reocupou o lugar no eixo, depois da passagem pela esquerda em Liverpool, enquanto Carlos Martins deixou Aimar no banco. Éder Luís, uma «espécie» de Saviola, foi a (má) surpresa de Jesus para jogar ao lado de Cardozo.
Já Carlos Carvalhal reforçou o miolo defensivo com Pedro Mendes e Miguel Veloso, avançando João Pereira no terreno, que jogou à frente de Abel. Liedson foi o único homem destacado para a frente e a estratégia deu frutos, mas apenas na primeira parte.
Cinco cantos a favor do Sporting contra um do Benfica em 20 e pouco minutos reflectiam nesta fase inicial o muito que os leões conseguiam criar e as águias não foram capazes. Mais rápido, determinado e menos óbvio, o Sporting explorou o terreno contrário, aproximando-se com perigo da baliza de Quim e atacando ainda mais os nervos de um Benfica já de si pressionado, lento na resposta e perdulário onde não podia.
O primeiro sufoco deu-se logo aos dez minutos, na sequência de canto, com Quim a sair mal da baliza e Carriço a cabecear para fora. Um primeiro aviso de alguns que se seguiriam. Uma perda de bola de David Luiz nos minutos seguintes, quando tentava ganhar uma falta, podia ter resultado no pior, a seguir Javi García perdeu em zona proibida e João Pereira rematou ao lado do poste direito.
Com o futebol a diminuir e a tensão a crescer, sucederam-se as faltas e as paragens. Foram cinco minutos de alta voltagem até ao intervalo, com picardias pelo meio, empurrões dentro da pequena área, uma bola ao poste e dois «penalties» reclamados. João Ferreira esteve correcto na análise a todos.
Aimar para brilhar
Como da noite para o dia, assim foi a segunda parte. O Benfica trocou o apagado Éder Luís por Pablo Aimar. Ganhou o Benfica, ganhou o espectáculo, com as diferenças claramente em cima da mesa desde o minuto inicial. No Sporting, Pedro Mendes, que terminou a primeira parte em dificuldades, reentrou na partida.
O camisola 10 trouxe a dinâmica que faltava ao Benfica, a qualidade e a decisão. O reatamento iniciou com Fábio Coentrão a atirar uma bomba por cima da baliza de Rui Patrício, um aviso claro que esta segunda parte em nada seria como a primeira.
Luisão escapou a um vermelho directo por falta duríssima sobre Liedson, um primeiro erro que não morreria solteiro, aos 48 minutos, mas que por si só não justifica o resultado.
O Sporting da primeira parte nunca se encontrou na segunda e a prová-lo um único remate perigoso, por Abel, mas que Quim se encarregou de defender. O domínio total dos encarnados materializou-se em golos e na convicção de que este derby tinha de colocar a equipa mais perto do título.
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