Depois de duas vitórias nos Barreiros esta época, o Vitória retribuiu a hospitalidade ao Marítimo, caindo com estrondo no Bonfim (2-4). A equipa de Manuel Fernandes ainda reagiu bem ao primeiro golo, mas deixou-se empolgar com o empate e sucumbiu com as suas próprias armas, com os madeirenses a mostrarem-se fulminantes em contra-ataque, com um Baba ultra-inspirado a quebrar as aspirações sadinas num bom jogo de futebol.

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Manuel Fernandes não perdeu tempo para estrear o reforço Brasão que juntou ao incontornável Cláudio Pitbull na frente de ataque do Vitória que contou com o apoio directo de Ney Santos, Neca e Hugo Leal. Pedro Martins, ainda sem reforços, manteve-se fiel ao 4x3x3, com Marquinhos, Baba e Djalma no ataque. Com o meio-campo mais preenchido, o Vitória ganhou rapidamente maior ascendente, com Pitbull em plano de destaque a aparecer nas alas a provocar desequilíbrios.

Brasão também apareceu cedo no jogo, com duas solicitações de Pitbull na área e chegou a ter o golo nos pés, depois de uma desmarcação de Neca, mas o chapéu a Marcelo saiu a escassos centímetros do poste. O Vitória, em velocidade, pressionava a toda a linha e os madeirenses, com dificuldades em sair a jogar, acusavam o toque. No entanto, contra a corrente do jogo, foram os madeirenses que ganharam vantagem, aos 25 minutos, num livre directo, muito bem marcado por Sidnei. Pela primeira vez, nos três embates entre os dois emblemas, os madeirenses estavam em vantagem no marcador.

Os sadinos nunca baixaram os braços, continuaram a carregar e, dez minutos depois, chegaram ao empate, num rápido contra-ataque conduzido por Hugo Leal pela zona central, antes de soltar Pitbull sobre a esquerda. Com toda a calma do mundo, o avançado bateu Marcelo com um remate seco, com o pé esquerdo, fazendo a bola entrar junto à trave. «Pit, Pit, Pit...», festejaram os adeptos sadinos. O intervalo chegava com o resultado nivelado, mas com claro ascendente da equipa da casa.

Consciente disso, Pedro Martins procurou equilibrar a contenda com a entrada de Heldon ao intervalo para o lugar de Marquinho. O Vitória entrou balanceado para o ataque, procurando dar continuidade ao maior domínio da primeira parte, mas foi demasiado guloso, deixou espaços nas suas costas, descurou a defesa e o Marítimo aproveitou o convite para, num lance bem delineado, voltar a ganhar vantagem. Rafael levantou a bola sobre a defesa sadina, Djalma invadiu a área e atirou ao poste antes de Baba encostar para golo.

O cenário ficava, assim, totalmente invertido, pois agora era o Marítimo que jogava com a principal arma do adversário: o contra-ataque. O Vitória procurou reagir de imediato, mas voltou a conceder novo golo, com Baba a escapar novamente, com a defesa sadina a reclamar fora-de-jogo e o angolano a finalizar a dois tempos. Manuel Fernandes não perdeu tempo e lançou para a contenda Zeca e Henrique. O Vitória atacava com tudo, mas mais com o coração do que com a cabeça e voltava a cometer os mesmos pecados. Baba fez novo aviso, com um espectacular pontapé de bicicleta, Alonso também obrigou Diego à defesa da noite e o quarto golo acabou mesmo por chegar, na marcação de um canto, com João Guilherme, sem marcação, a matar o jogo.

O Vitória ainda reduziu, com uma bomba de Pitbull, mas o Marítimo não prescindiu dos três pontos que tinha deixado escapar de sua casa no jogo da primeira jornada. A Europa está já ali, ao virar da esquina.