O assunto está na ordem do dia, com tendência a dissipar-se à medida, quiçá, que os campeões nacionais forem somando vitórias ao longo da época. A saída de Hulk torna o Dragão mais frágil aos olhos dos adversários? Ulisses Morais, cuja equipa será a próxima a colocar a teoria à prova, acha que não:
«Estou convencido que, sem ignorar a valia dele, vamos encontrar um F.C. Porto cada vez mais forte. Percebendo que perdeu um valor individual, vai acrescentar a ideia de coletivo à equipa, porque continua a ter jogadores de grande nível e capacidade. Se calhar, vão estar menos dependente, mostrando que querem resolver os problemas enquanto equipa.»
«Foi a equipa que, perdendo um elemento de grande referência, obteve o melhor resultado nas provas europeias. Isso quer dizer que a equipa funcionou. Por isso, espero um F.C. Porto tão ou mais forte, menos dependente de alguém, mas mais dependente do coletivo.»
O mesmo raciocínio se aplica para a eventual ausência de Lucho. «Desconheço se será assim. Estamos preparados para não defrontar o Hulk, mas se ele não jogar, também teremos isso em atenção. Temos alternativa de planos. Se fica mais fácil sem os dois? Quem pode responder é o FC Porto. Não o olho dessa maneira. É sempre forte. Não é por perder um ou outro elemento que ficará mais acessível, em circunstância alguma.»
«Acreditamos no que fazemos»
Mas quais são as reais possibilidade deste Beira Mar, que ainda não venceu esta época, em pleno estádio do Dragão? Talvez mais do que se possa pensar, porque cada jogo vale o mesmo e, às vezes, é quando menos se espera que algo de extraordinário acontece.
«Independentemente do grau de dificuldade de cada jogo, a nossa intenção é sempre a melhor. Queremos mostrar no jogo aquilo que trabalhámos ao longo da semana. Acreditamos no valor da equipa e no que fazemos. Em cada jogo há uma oportunidade de conquistar pontos. E mesmo quando há diferenças enormes entre equipas, as surpresas continuam a existir», avisa Ulisses Morais.
«Temos um plano estratégico, que esperamos vá ao encontro do nosso desejo: uma exibição equilibrada, segura, com capacidade de organização e iniciativa, e que possamos controlar em permanência, se é que é possível, as referências do FC Porto e colocar em prática o que temos. Com confiança, enorme disponibilidade, e um desejo grande de sermos cada vez melhores», acrescenta.
É líquido que, para esta partida, o técnico irá fazer alterações no 11, adaptando seguramente a equipa às características de um jogo desta natureza. Sem, obviamente, as revelar, o treinador dos aurinegros deixa implícito que poderá apostar em algumas caras novas:
«Tivemos mais tempo para preparar encontro, e, devido a alguma pequenas contrariedades de ordem física, tivemos possibilidade de testar um conjunto de outros elementos e perceber o grau de resposta de cada um. Não são experiências, mas oportunidades que são dadas com mais tempo.»
Os convocados, como vem sendo hábito de Ulisses Morais, só serão conhecidos este sábado, dia do jogo, após um último treino matinal a anteceder a partida da comitiva para o Porto. O plantel não regista, todavia, quaisquer casos de lesão ou castigos.