«Epá, cheiro a champanhe». O sorriso na face e a frase sussurrada por Petit ao sentar-se diante dos jornalistas para comentar a vitória diante da Académica, e a consequente permanência da sua equipa na I Liga, resume o espírito com que o treinador do Tondela após uma conquista notável.

Ele que ainda não sabe se continuará em terras beirãs – apesar de Gilberto Coimbra, presidente do clube ter dado a entender a continuidade do técnico, aos microfones da rádio –, mas que vai admitido que existe «sintonia com o presidente». «Agora vou descansar durante três dias, e na quarta-feira voltamos aqui para nos despedirmos dos jogadores», atirou.

Então, mas o que tem Petit a dizer desta caminhada triunfante?

«Muitos diziam que chegámos tarde e quando faltavam poucos jogos ninguém acreditava. O mais importante foi aquilo que acreditámos ao longo destes meses, com os jogadores a acreditar e a lutar sempre até à última gota de sangue. Isto é um prémio justo pela caminhada que fizemos ao longo deste tempo, em que já estávamos mortos e nos conseguimos levantar», exaltou, fazendo questão de deixar «um abraço ao Vítor [Paneira] e ao Rui [Bento], que também o merecem.»

Quem também mereceu um palavra de agradecimento na hora da festa foram os adeptos que compareceram em massa para o jogo decisivo diante da Académica e que tiveram oportunidade de festejar junto dos adeptos após uma invasão pacífica do terreno de jogo.

Petit reforçou uma ideia que vinha a repetir há várias semanas de que «era importante para esta região e estes adeptos ter uma equipa na I Liga». Assim, o técnico deu-lhes «os parabéns por terem comparecido, terem acreditado e empurrado a equipa», deixando ainda uma palavra ao presidente, «que merece [a festa] por tudo o que tem feito pelo clube.»

A conversa que deu o clic na noite anterior à vitória no Dragão

Desafiado a comentar se tinha sido o triunfo na casa do FC Porto a ser determinante nesta ponta final de campeonato, Petit recordou um episódio que se passou na véspera dessa partida e que pode ter sido parte do segredo para a festa que se desenrolou neste sábado.

«Tivemos uma conversa de uma hora na noite anterior ao jogo no Dragão, onde não fui eu a falar com os jogadores, mas eles a dizerem aquilo que sentiam e que poderia acontecer. O possível 'milagre' como dizem, que passava pelo jogo com o FC Porto. Faltava aquele clic, e essa vitória deu mais confiança aos jogadores para esta reta final fabulosa em que eles acreditaram.»

Acreditaram e foram premiados por isso, mas, novamente sem esconder o sorriso, Petit garantiu que «mesmo que a equipa tivesse descido», estaria «muito orgulhoso dos jogadores».

«Estamos todos de parabéns e agora há que desfrutar deste momento histórico que fizemos hoje», concluiu.