As águias marcaram finalmente um golo, mas acabaram novamente derrotadas, naquele que foi um dérbi nivelado por baixo. Em comparação com os últimos duelos entre estes emblemas para a Taça de Portugal, mas também em comparação com os dois confrontos anteriores da presente temporada.
Rui Vitória introduziu mudanças significativas na equipa do Benfica e isso tapou alguns desequilíbrios, mas a escassez de ideias a nível ofensivo manteve-se. O Sporting foi surpreendido de início e depois sentiu dificuldades para procurar espaços na frente, mas acabou por ser superior e continua em prova.
Mitroglou reforçou a estratégia
Não se confirmou o grande espetáculo que vinha sendo hábito na Taça, mas os primeiros minutos apontavam nesse sentido: Slimani atirou ao poste logo ao minuto 5 e na resposta o Benfica...marcou.
Ao terceiro duelo as «águias» conseguiam finalmente marcar ao rival. Mérito da abertura de Gaitán, sobretudo, mas também da perspicácia de Mitroglou a aproveitar um dominínio de Pizzi para atirar de primeira para a baliza.
O golo do grego reforçou a estratégia preparada por Rui Vitória, sustentada provavelmente nos problemas físicos de Jonas. O brasileiro estava em dúvida para o encontro e acabou por ficar no banco. Pizzi rendeu-o no «onze» mas foi jogar para o lado direito, com Guedes no flanco oposto. Gaitán apareceu solto, mais nas costas de Mitroglou, e tirou proveito dessa liberdade no lance do golo.
O Benfica apresentou-se mais coeso, a fechar melhor o corredor central, zona que o Sporting tinha dominado claramente nos dois duelos anteriores. Se na Luz a equipa de Jorge Jesus tinha explorado sabiamente os erros do adversário na construção dos ataques, agora estava obrigada a assumir outras despesas de jogo, por força da desvantagem no marcador.
O Sporting sentiu dificuldades para reagir, mas aos poucos foi intensificando a pressão, até porque o Benfica mostrava-se incapaz de sair do seu meio-campo, amarrado à ideia de pontapés longos à procura de Mitroglou. A estratégia resolveu alguns desequilíbrios mas pouco ou nada acrescentou em termos ofensivos. O Benfica não fez mais nenhum remate no primeiro tempo.
Perante isto foi preciso esperar pelo minuto 34 para ver nova ocasião de perigo: Júlio César abordou mal um cruzamento de João Pereira e socou a bola contra Slimani, com o esférico a passar por cima da barra. O guarda-redes brasileiro esteve bem melhor logo a seguir, com uma defesa a remate de longe de Jefferson (39m), mas já em período de descontos voltou a abordar mal uma saída da baliza, no lance que dá o empate ao Sporting. Luisão também foi infeliz na forma como cortou de cabeça para trás, mas depois o compatriota precipitou-se na saída a Slimani, que colocou a bola em posição frontal. Samaris e Eliseu ainda cortaram numa primeira instância, mas a bola sobrou para o tento der Adrien.
Entrada de leão para depois a águia abrir as asas
Surpresa no «onze» inicial do Sporting, Montero não correspondeu à aposta e acabou por ser trocado por Gelson ao intervalo. A equipa da casa entrou com garra na segunda parte, mas sem conseguir criar perigo, pese embora o claro domínio territorial.
O Benfica registou melhorias com a entrada de André Almeida para o lugar de Pizzi (61m). Uma alteração que, curiosamente, permitiu à equipa encarnada alongar-se um pouco mais no terreno. Gaitán passou para a esquerda e Talisca aproximou-se mais de Mitroglou, a ponto de ter logo testado a atenção de Rui Patrício em dois momentos (68 e 71m). Logo a seguir foi Eliseu a obrigar Patrício a defesa apertada com um remate de longe (75m), fechando o melhor período do Benfica, que até tinha começado com um penálti simulado por Gaitán (63m) e punido disciplinarmente por Jorge Sousa.
O Sporting recuperou o ascendente nos minutos finais, impulsionado sobretudo por Slimani. O argelino também viu cartão amarelo por simular uma grande penalidade, mas para além disso esteve perto de garantir o triunfo com dois lances. No primeiro só não marca por força de uma fantástica defesa de Júlio César, para logo a seguir atirar ligeiramente por cima (88 e 90m).
Já no prolongamento Jesus viu-se condicionado nas opções, uma vez que teve de substituir Jefferson e Ewerton por lesão. O Benfica foi o primeiro a criar perigo, com um remate de Gaitán para defesa de Patrício, mas foi o Sporting a marcar, ao minuto 112. Slimani (quem mais?), na recarga a um remate de Adrien defendido por Júlio César.
A reação do Benfica ficou depois condicionada por duas «baixas»: Samaris foi expulso no lance do golo e Luisão saiu lesionado pouco depois (com uma tala na braço), num lance em que o Benfica reclamou grande penalidade.
O golo de Slimani resolveu a eliminatória. Quando o cansaço já era mais do que evidente, foi a alma do argelino que vingou.
O golo de Slimani resolveu a eliminatória. Quando o cansaço já era mais do que evidente, foi a alma do argelino que vingou.