Aconchegado pela vitória europeia frente ao até então líder da Premier League, o Sporting regressou às vitórias no campeonato, depois do desaire no Bonfim e frente ao sempre difícil V. Guimarães (ganhou 2-3 na última visita a Alvalade), numa noite de muitos golos e reencontros. No final, barriga e alma cheia antes da caça ao City, em Manchester.

Com mais três pontos, os leões continuam ao lado do Marítimo no quarto lugar e voltam a concentrar-se na eliminatória europeia com outra confiança. O Vitória respondeu uma vez mais dentro de campo aos problemas fora dele, sobretudo ao nível dos ordenados em atraso. Depois de terem batido o Marítimo na ronda anterior, juntam o Sporting a FC Porto e Sp. Braga, nas três únicas derrotas em 2012.

Sá Pinto não queria o leão deslumbrado com o City, Rui Vitória prometeu ambição apesar das dificuldades, ambos disputaram o melhor resultado e foi bonito de se ver, sobretudo Matías Fernández. Bom futebol, muita atitude e superioridade leonina, apesar de o Vitória nunca se ter encolhido, nem quando estava empatado, muito menos quando se viu a perder.

Desde cedo o Sporting marcou o ritmo e desde logo obrigou Nilson a decidir. Um passe soberbo de Matías, aos quatro minutos, foi transformado em remate por Van Wolfswinkel e defendido pelo guarda-redes, naquela que foi a primeira oportunidade.

O golo foi praticamente uma cópia deste lance, pouco depois, aos 21 minutos. Novamente a visão de Matías e, desta feita, Van Wolfswinkel a não falhar, ele que não marcava para o campeonato desde Novembro, ainda que não tenha perdido o estatuto de goleador leonino.

O Vitória respondeu por João Alves, aos 31, com um remate que Rui Patrício defendeu à queima-roupa, após um cruzamento de Nuno Assis, numa das raras movimentações em que o criativo se conseguiu libertar de Elias.

Também Nilson voltou a brilhar antes do descanso, negando o golo a Capel, que tinha atirado uma bomba à sua baliza.

Da confiança à goleada

A alma e o esforço de Matías acabariam premiados na segunda parte. Uma vez mais o Sporting a pegar no jogo e quem melhor que o chileno para marcar o golo da tranquilidade, aos 50 minutos? Um segundo golo que determinou o Sporting que se seguiria: destemido, consistente, organizado, alegre, resistente às emoções e incrivelmente eficaz.

O Vitória mostrou que ainda estava em jogo a meia hora do fim, com Edgar a atirar ao lado e com Rui Patrício já batido. Urreta, um dos mais inconformados, lançou-se na área leonina, abriu caminho para Edgar, que rematou cruzado e a centímetros do poste.

Sá Pinto, uma vez mais, ganhou no capítulo das substituições. Em gestão para a eliminatória europeia, trocou Matías por André Martins na primeira ovação da noite. Matigol encheu a alma dos mais de 33 mil adeptos em Alvalade.

E o jovem médio contribuiria de imediato para o terceiro golo. Não desistiu de uma bola, Van Wolfswinkel respondeu ao apelo e João Alves não teve como não travar o holandês em falta. Com Matías fora de cena, Izmailov encarregou-se de marcar o penalty e não perdoou.

A pouco mais de dez minutos para o fim, saiu o russo para o regresso de Jeffrén (e que regresso!). Na primeira jogada do espanhol, um golaço, na resposta a um canto, ainda antes do apito final mais um grande golo, inteiramente fabricado pelo extremo.

Por tudo o que tem vivido nos últimos meses, o Vitória não merecia uma noite tão pesada, até ao 2-0 deu muita luta, mas o leão foi implacável. Segue-se o City, em Manchester.