O Sporting continua na luta pelo último lugar que dá acesso à Liga dos Campeões depois de arrancar uma vitória sofrida no «ensaio geral» para a final da Taça de Portugal com a Académica (2-1). Os leões marcaram primeiro, mas um autogolo de Polga obrigou-os a dar tudo o que tinham nos últimos minutos para chegar ao precioso triunfo. Os estudantes ficam numa situação muito complicada no penúltimo lugar da classificação.

A primeira contrariedade surgiu mesmo antes do jogo começar. Izmailov estava na ficha de jogo, mas acabou por não jogar, supostamente por problemas físicos, cedendo o lugar a Carrillo, num onze que, depois do jogo em San Mamés, contava ainda com Onyewu e Elias. Os leões entraram com um ritmo forte, procurando dar velocidade ao jogo pelos flancos, quase sempre o direito, onde se concentravam João Pereira, Elias, Matías e Carrillo. O problema, que já é crónico, foi encontrar espaços no último terço do terreno, junto à área de Peiser.

A Académica ainda hesitou nos primeiros minutos, mas acabou por organizar-se, com duas linhas bem definidas, a anular as investidas dos leões e a sair em contra-ataque. Por duas vezes a defesa leonina foi apanhada em contra-pé e teve de passar a gerir os riscos com maiores cautelas, nomeadamente João Pereira, que travou um duelo intenso com Diogo Valente sobre o flanco. O Sporting atacava mais vezes, mas a Académica das poucas vezes que se aproximava da área de Patrício conseguia criar mais perigo.

Foi numa variante que o Sporting chegou ao golo. Uma rápida mudança de flanco, do direito para o esquerdo, ofereceu espaço a Diego Capel que, pressionado por Cédric, correu até à linha de fundo e cruzou tenso para a entrada fulgurante de Carrillo que só teve de encostar a cabeça. O mais difícil parecia estar feito, mas a Académica nunca baixou os braços. A defesa do Sporting continuava poucos segura, particularmente sobre a direita. Rui Miguel já tinha ameaçado por duas vezes, quando, numa jogada de insistência, Nilvaldo cruzou para a área e Polga, na ânsia de cortar o lance, mergulhou e desviou a bola para a própria baliza. Um balde de água fria mesmo em cima do intervalo.

Era preciso um Sporting mais acutilante para a segunda parte, mas foi a Académica que entrou melhor, tirando rendimento dos sucessivos erros de um leão nervoso que falhava passes atrás de passes e não conseguia sair a jogar. Os estudantes ameaçaram dar a volta ao resultado e Marinho esteve muito perto de o conseguir. Sá Pinto não esperou mais e procurou reequilibrar a sua equipa, prescindindo de Elias [estava em jogo?] para reforçar o meio-campo com André Martins. O problema estava de facto aí, uma vez que Schaars e Elias nunca conseguiram estabelecer a ligação com o ataque.

O treinador procurou ainda dar sangue fresco ao corredor direito, o que mais trabalhou, com a entrada de Pereirinha para o lugar do esgotado João Pereira, mas o Sporting continuava sem ideias para encontrar espaços na área da Académica e, com os minutos a correr, jogava cada vez mais com o coração do que com a cabeça. Os estudantes defendiam o empate, que lhes permitia ganhar um lugar ao Feirense, com unhas e dentes, mas, com ressaltos e empurrões, os leões foram conseguindo reduzir o campo de ação da equipa de Coimbra e aproximar-se, centímetro a centímetro, da área de Peiser.

Numa jogada de insistência, Carrilo atirou uma bomba à trave e, na recarga, Wolfswinkel, usou a cabeça para marcar no primeiro remate que fez no jogo. Um enorme suspiro de alívio percorreu as bancadas de Alvalade. É que com este golo o Sporting continua a depender de si próprio para chegar ao ambicionado terceiro lugar que abre as portas da liga dos milhões. O jogo seguiu frenético até final, o Sporting podia ter voltado a marcar, mas a Académica também se pode queixar de um corte de Polga com o braço.