José Eduardo Simões, presidente da Académica, insurgiu-se, no final do jogo com o Sporting, contra o facto da U. Leiria, no domingo, ter jogado com apenas oito jogadores frente ao Feirense, classificando a atual edição da liga como «o campeonato da vergonha» e da «mentira desportiva».

«Ontem tivemos um jogo de oito contra onze. Tudo o que se passou nos últimos dias em relação a esse jogo é de bradar, não aos céus, mas à verdade desportiva. É uma vergonha para todos os intervenientes. A U. Leiria serviu de cobaia a outros que não pagam salários? Porque é que nos outros casos isso não acontece? Que estranho exemplo é este? Oito contra onze? Podiam ter sido sete, alguém podia ter sido expulso ou magoar-se. Isto a partir de agora vai ser assim? Vamos jogar mais vezes sete contra oito? Oito contra nove? Vamos jogar andebol?», começou por destacar o dirigente no auditório Artur Agostinho.

O presidente da Académica considera que a classificação ficou adulterada depois do Leiria ter jogado com apenas oito jogadores e achou estranho que este caso se tenha verificado apenas com o Leiria. «Eu sou responsável pelo que se passa na Académica. Na Académica pagam-se salários. Vamos continuar com isto até ao fim? Com o Leiria a jogar com sete ou oito? Ontem houve um jogo que contribuiu para que a época de 2011/12 seja a época da vergonha. Acho muito estranho só se ter passado ali. O que está por trás disto?», perguntou.

O responsável máximo da equipa de Coimbra disse ainda que não vai desistir e vai lutar até ao fim.

«Vamos disputa as duas jornadas que restam com toda a determinação para que esta mentira desportiva seja atenuada. Há falhas regulamentares gravíssimas para que estas situações possam acontecer. Já falei com o presidente da liga. Os clubes em junho entregam as certidões e estão licenciados, depois deixam de pagar e não há problemas. Parece que ninguém se preocupa. Só quando as coisas rebentam é que se pensam», destacou.

José Eduardo Simões exige uma «regulamentação efetiva» e que a liga não aja por reação.«Tem que fazer o que se faz em qualquer campeonato. Perca de pontos, descidas de divisão. Esta parece uma liga amadora. O que digo não é de agora, já vem de há muitos anos. Pelos vistos sou uma voz isolada, ninguém me ouve. A maioria não quererá isto. Quer contratar jogadores em janeiro e ficar a dever a todos os outros», insistiu.

O presidente da Académica defende que o que se passou em Leiria «é gravíssimo», « não ser que achem que foi um episódio de folclore, um episódio burlesco e divertido». «Se for assim, nada tenho a acrescentar», destacou ainda.