Diego Simeone, treinador do Atlético Madrid, é uma das figuras do ano pela transformação que implementou no clube do Vicente Calderón, mas, numa entrevista ao jornal «As», publicada esta quinta-feira, o treinador argentino diz que a sua equipa, que divide o primeiro lugar da liga espanhola com o Barça, ainda tem «margem para melhorar».

«Penso sempre que as coisas podem ser melhoradas. Trabalhamos para tentarmos conseguir melhorar. Mas também temos de ter em conta a outra parte, que isto é futebol, é um jogo. Mas a minha ambição é continuar a crescer», destaca.

Um coletivo forte, assente em boas individualidades, entre as quais, o capitão Raúl García. «É um exemplo para todos. É um jogador importantíssimo, por isso o fizemos capitão. É um jogador que dá muito ao grupo», refere.

Outra figura incontornável deste Atlético é o avançado Diego Costa. «O limite está nele mesmo. De nunca esquecer-se do que custou encontrar-se com este jogador, com este equilíbrio, com esta personalidade, com este futuro... Se não se esquecer de todo este esforço que teve de fazer para conseguir tudo o que conseguiu, vai continuar a crescer. Estamos todos convencidos de que é um jogador que ainda tem muito para crescer», referiu.

O Atlético partilha a liderança da liga espanhola com o Barcelona e na Liga dos Campeões vai defrontar o Milan nos oitavos de final. «É uma grande equipa, com um grande poder histórico na Liga dos Campeões, vai ser um grande jogo, ainda por cima num cenário maravilhoso. Vai ser uma grande eliminatória, estamos com muitas ilusões. Mas antes disso vamos ter jogos importantes para a liga e para a Taça do Rei», comentou.

O sorteio foi encarado com muito otimismo por parte dos adeptos colchoneros, mas Simeone não teme euforia, pelo contrário. «Para o Milan, entre as várias possibilidades naquele pote, com equipas como o Bayern, Dortmund, Real Madrid, Barcelona...o nome do Atlético parte como uma equipa menor. A eliminatória será de cinquenta por cento de possibilidades para cada lado», destaca.

O sucesso de Simeone assente num discurso em que o treinador aponta sempre para o próximo jogo como o principal objetivo, sem nunca apontar para títulos. «Se quiserem que diga que se chegarmos à última jornada com possibilidades de triunfo, vamos dizer que podemos optar pelo título», referiu.

Quanto à «Bola de Ouro», Simeone não se compromete. «Ribéry, Ronaldo, Messi... Seria injusto dizer um porque merecem os três. A FIFA, como elege sempre bem, vai fazer o seu papel. Vai ser eleito o que mais merecer», limitou-se a referir sem apontar um favorito.

Diego Simeone foi, entretanto, foi distinguido com o troféu EFE para o melhor treinador do ano em Espanha, face à sua trajetória à frente do Atlético Madrid.  O antigo internacional já tinha ganho o troféu em 1996, então como melhor futebolista ibero-americano da Liga espanhola quando jogava no Atlético Madrid e numa época em que os «colchoneros» conquistaram o campeonato e a Taça do Rei.