Jogadores como Pablo Aimar são uma espécie em vias de extinção no futebol. Essa é a opinião de Alejandro Sabella, seleccionador argentino, que sente a falta de médios que saibam pensar o jogo, como o 10 do Benfica.

«Sou um apaixonado pelos jogadores cerebrais. Se me perguntarem qual foi o melhor jogador de basquetebol da história, eu tenho de dizer que foi o Jordan, mas se me perguntarem de qual eu gostava mais respondo Magic Johnson. Era o cérebro dos Lakers. Já não há jogadores como Verón, Riquelme, Gallardo e Aimar. Fazem falta ao técnico, pois fazem com que a equipa jogue. Com eles podes ter 15 ou 20 minutos bons, por metade, e isso é bom», explicou o técnico, em entrevista ao jornal «Olé».

Sabella diz que agora há muitos mais «jogadores verticais», como Robben ou Ribery, mas prefere aqueles que conseguem conciliar as coisas, como Xavi e Iniesta, ou até Di María: «Dá-te explosão no meio-campo ofensivo mas também ajuda na recuperação. Aprendeu isso na Europa.»

O seleccionador argentino falou também de Cristiano Ronaldo, que considerou um «craque que junta potência, habilidade, remate e algum jogo aéreo». Questionado sobre Mourinho, lembrou não o conhecer pessoalmente, mas referiu-se a ele como um «ganhador», com quem gostaria de beber um café, algo que faria também com Guardiola e Bielsa.

As prestações de Messi na selecção argentina também foram motivo de conversa, com o técnico a defender o pupilo: «Cresci a ouvir dizer que éramos os campeões morais. Temos de proteger o Messi da melhor maneira possível, e dar-lhe tranquilidade. No outro dia falhou um penalty e parecia que tinha caído um asteróide na Terra. Dizia-se que estava deprimido, que algo se passava, e depois marcou cinco golos em dois jogos. Temos de perceber que é um ser humano, que não se pode comparar pois está na melhor equipa dos últimos 30 anos. Se fosse uma selecção eram campeões do mundo.»