Esperança. Esse é o sentimento que descreve o estado de alma dos adeptos do Portimonense depois da primeira vitória em «casa» nesta época. Depois de uma boa parte da época a jogar a 60 quilómetros de casa (Estádio Algarve), a equipa regressou a Portimão, e ao terceiro jogo no seu estádio, conseguiu um sofrido triunfo frente ao Vitória de Guimarães (2-1). Três pontos que significam muito para um conjunto afundado na classificação, mas que já não perde há quatro encontros e regressa com ânimo à luta pela permanência.

À entrada para este jogo, Portimonense e Vitória eram duas equipas a precisar de pontos, embora com objectivos distintos. Os algarvios já não perdiam há quatro jogos e até haviam empatado o último jogo com o Benfica, mas procuravam desesperadamente pontos para sonhar com a permanência no primeiro escalão. O Vitória tem os olhos postos num lugar europeu, mas procurava um triunfo que lhe fugia há três encontros.

E foram duas formações com vontade de conseguir pontos que entraram em campo. A equipa da casa teve a primeira ocasião de relativo perigo, com um livre directo de Pedro Silva. O Vitória de Guimarães respondeu e, depois de algumas ameaças, chegou mesmo ao golo, após um desvio com a mão de Targino, a cruzamento de João Ribeiro.

Os algarvios não ficaram a reclamar a «ilegalidade» durante muito tempo e, três minutos depois, chegaram à igualdade, com um cabeceamento certeiro de André Pinto a um livre de Pedro Silva. Num jogo muito disputado de parte a parte, as duas equipas continuaram a pressionar e podiam ter chegado ao golo.

Nilson adia, Pires acerta

Ao intervalo, Manuel Machado mexeu na sua equipa - tirou Targino e Renan para pôr Jorge Ribeiro e Edgar - mas até foi o Portimonense a começar melhor: logo aos 46m, Candeias cruzou e NDiaye pôs a mão na bola dentro da área. Pedro Proença apitou e mostrou cartão ao defesa. O capitão algarvio, Ricardo Pessoa, marcador do golo de penalty frente ao Benfica, na última jornada, não conseguiu fazer a Nilson o que havia feito a Moreira.

Mas quando o Vitória de Guimarães até ia lançando o perigo para a área do Portimonense com bolas paradas de Jorge Ribeiro, o defesa-central NDiaye virou o jogo, ao tocar com a mão na bola numa jogada praticamente inofensiva do Portimonense e viu o segundo amarelo pela mesma razão. O capitão Ricardo Pessoa, chamado a marcar o livre directo em cima da área do Vitória, redimiu-se do penalty falhado e enviou a bola à trave, com o recém-entrado Pires a fazer a recarga para a baliza de Nilson.

A partir daqui, e com o Vitória de Guimarães com menos um elemento, o Portimonense aproveitou o espaço e até poderia ter ampliado a vantagem, com jogadas venenosas de Candeias, Patrick e Pires. Ainda haveria tempo para uma expulsão para Candeias, que levou segundos preciosos e que o público afecto aos da casa brindou com uma ovação.

Três pontos para o Portimonense e o que poderá ser um novo futuro, pintado com outras cores. O Vitória atrasa-se na luta pela Europa e terá que procurar retomar o caminho das vitórias.