O Procurador Geral da República considera um risco «muito grande» a ligação dos magistrados ao futebol. Pinto Monteiro, que já foi presidente do Conselho de Justiça da Federação, disse em entrevista ao Público que, se fosse hoje, rejeitava o cargo. Noutra entrevista, à RTP, Pinto Monteiro falou do Apito Dourado e manifestou-se convicto de que «até ao Verão haverá respostas e alguma coisa vai mudar no futebol».
O PGR revelou que o processo que investiga suspeitas de corrupção no futebol, entre outros crimes, já deu origem a quatro acusações, «duas das quais na Madeira», e defende que «há possibilidades de haver mais acusações».
Classificando o processo como «uma matéria muito difícil, complicada e morosa», Pinto Monteiro disse que o livro de Carolina Salgado, ex-companheira de Pinto da Costa, é apenas «mais um elementos probatório». «Se o livro não existisse os processos decorriam na mesma. Ele é um dos muitos elementos probatórios», afirma.
Ao Público, Pinto Monteiro defendeu que «há ingredientes bastantes no futebol para haver corrupção». Quanto à presença de magistrados nos órgãos de justiça do futebol, defendeu que «é um risco muito grande, de que a sua dignidade (dos magistrados) possa ser posta em causa e ser discutida na praça pública». O PGR defende que na altura em que lá esteve «não havia problema nenhum que o impedisse», mas agora é diferente: «Hoje, com a confusão que aí vai, se me convidassem, não aceitava.»
Pinto Monteiro
22 fev 2007, 10:55
PGR diz que ligação ao futebol «é um risco muito grande»
Pinto Monteiro já esteve na Federação, mas hoje não aceitaria
Pinto Monteiro já esteve na Federação, mas hoje não aceitaria
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