Os números dão sorte? Para Renato Queirós, extremo do Paços de Ferreira, a resposta é afirmativa. Chegou ao clube da capital do móvel com o propósito de relançar a carreira depois de uma época frustrante ao serviço do U. Leiria. Por isso, escolheu o número 13. «É o número que eu gosto», responde ao Maisfutebol. Mas é mais do que isso. Há três épocas, Renato vinha da modesta Sanjoanense quando foi contratado por José Mota. Ao entrar no novo clube, pediram-lhe que escolhesse uma camisola. Nem pensou duas vezes. «Escolhi a 13 e fui feliz. Marquei 13 golos [oito no campeonato, os restantes na Taça], fui o melhor marcador da equipa e projectei-me como jogador». Por isso, regressa sob a égide do mesmo algarismo. «Para dar sorte», sublinha.
Esta história de bonança vem da família. «O meu pai nasceu no dia 13 e a Nossa Senhora de Fátima é no dia 13». Começou, assim, a relação com o número. «Depois, por incrível que pareça, o 13 aparece na minha vida sem querer». Um exemplo? «A matrícula do carro e o número do telemóvel», responde por entre sorrisos. Até que tudo mudou, na época passada, quando trocou o Paços de Ferreira pelo U. Leiria: «Ia com o objectivo de dar um passo em frente na minha carreira, mas não se concretizou». Renato Queirós conheceu o lado negro do algarismo: «Também escolhi o 13, mas não fui feliz».
Foi envolvido num processo de doping, ficou afastado dos relvados e perdeu margem de manobra «no núcleo já formado pelo treinador». Depois de cumprir o castigo, Vítor Pontes já tinha um onze formado: «No U. Leiria herdei o número 13, que era do João Manuel e a vida pregou-lhe uma partida. Eu não tive sucesso naquele clube, foi uma época muito má, que me ficou entalada na garganta. Agora, quero dar o máximo e provar que o Renato está cá!». Por enquanto, o extremo encontra-se a recuperar de alguns problemas físicos que o vitimaram ao longo da pré-época, mas esta quinta-feira já treinou sem limitações, embora a falta de ritmo possa condicionar a escolha de José Mota para o jogo com o Nacional, no domingo.
«Vamos dar muita luta»
O objectivo está traçado: «Quero relançar a carreira e fazer uma grande época. Regresso a uma casa que gosto, onde tenho amigos e vou trabalhar com um treinador que aprecio. Quero voltar a ser o jogador que sempre fui». Do ponto de vista colectivo, Renato Queirós considera que o Paços de Ferreira volta a ter matéria humana para fazer uma temporada livre de sobressaltos e com a mesma qualidade futebolística que caracteriza as equipas de José Mota: «É um ano complicado, descem quatro equipas, mas temos muito valor. Continuamos a ser uma equipa aguerrida, identificada com os princípios do treinador. Somos a imagem deste clube e vamos dar muita luta».
No entanto, a pré-época tem sido amarga com vários resultados negativos: «Há três temporadas também acho que não ganhámos nenhum jogo de preparação e o Paços de Ferreira fez a melhor classificação de sempre [sexto lugar] da sua história. O treinador já nos recordou isso, portanto, até pode ser bom sinal. Agora, o importante é vencer já o Nacional, no domingo, para termos o caminho aberto». O caminho aberto para o sucesso¿