Ora erras tu, ora erro eu. Ninguém sai inocente da Mata Real no jogo em que o Paços de Ferreira perdeu a oportunidade de chegar ao grupo dos terceiros classificados da Liga, depois empatar com o Marítimo (2-2). Rio Ave e Sp. Braga ficam sozinhos a partilhar o último degrau do pódio e o Paços terá dificuldades em perceber como deixou escapar esta oportunidade, quando parecia ter tudo a seu favor.

Pode sempre apoiar-se na tese Olegário Benquerença. Não é tudo, mas não deixa de ser justo que assim o faça. O árbitro do encontro teve uma prestação negativa com influência no resultado. Sobretudo porque o segundo golo madeirense surge de um penalty cavado por Danilo Dias. Benquerença deixou-se enganar depois de, no primeiro tempo, ter fechado os olhos a um lance bem mais evidente, entre Cícero e Salin. Mal, em suma.

A história do encontro teve, por isso, demasiado dedo do árbitro e era inevitável começar por aí. Mas o juiz não foi o único a errar. Entre infortúnios e más decisões, o Paços deixou escapar a vantagem algo madrugadora que conseguiu, perante um Marítimo que demorou a perceber as movimentações orquestradas por Vítor no ataque local.

FICHA DE JOGO

Antunes fez o que sabe melhor e abriu o jogo com um golão. Um míssil na transformação de um livre dava força a um Paços que vive um bom momento. Afinal, já eram quatro os jogos seguidos sem perder e, todos eles, com Cássio a manter a baliza inviolável. Entrar a ganhar parecia meio caminho andado para novo dia de festa.

Mas pensar que o jogo ficaria decidido ali era erro de cálculo pela certa. Ninguém ganha ao quarto de hora,muito menos pela vantagem mínima. O Paços tentou não cair nessa esparrela, mas viu o Marítimo empatar sem que nada o fizesse prever. Livre de David Simão e Rafael Miranda a baixar ao rés-do-chão para desviar de cabeça. Erro agora de Tiago Valente, na marcação ao capitão madeirense.

O Paços não se desconcentrou, mas a defesa da equipa de Pedro Martins também dava credenciais. Só Vítor, de meia distância, incomodava Salin, perante a noite menos inspirada do trio da frente.

Do outro lado, Fidélis esteve sempre demasiado sozinho, Sami foi inconsequente e Danilo Dias, que era o melhor do ataque, desequilibrava a balança da pior forma possível. O brasileiro caiu na área sem qualquer toque de Antunes. Olegário Benquerença nem hesitou: penalty. David Simão colocava o Marítimo na frente.

Os destaques do jogo

Pela primeira vez em desvantagem, Paulo Fonseca mudou a receita. Lançou Caetano e Angulo alargando o ataque para uma frente de quatro, com Vítor nas costas, ainda de batuta na mão. Pedro Martins juntou Rafael Miranda aos centrais para fechar a barragem. Depois era acreditar no sacrifício da equipa, virtude que mostraram sem qualquer reserva.

Mas não chegou. Uma bola tirada para a entrada da área foi parar a Luiz Carlos que encheu o pé para fazer nova igualdade e maquilhar, pelo menos, a justiça do resultado. Para o Paços não foi um final perfeito por centímetros. Os que faltaram ao livre de Vítor, no último suspiro, para se desviar da trave e entrar na baliza. A equipa merecia-o.

O Paços, como se disse, falha o assalto ao pódio mas cimenta o quinto lugar. O Marítimo aumenta para quatro o número de jogos sem vencer e empata com os dez pontos de Olhanense e Gil Vicente no 11º lugar. Esperava-se mais de um «europeu».