A figura: Vítor

Pormenores deliciosos a merecerem outro acompanhamento. Joga de cabeça levantada e batuta na mão. O mais desinibido dos que tentaram construir as jogadas de ataque do Paços de Ferreira. Vítor tem classe e mostra-a a cada toque na bola, seja para procurar espaço para rematar, seja num túnel perfeito a Roberge ou nas aberturas para os alas da sua equipa, esses sim menos inspirados. Ficou a centímetros do merecido golo quando atirou à trave, de livre, no último minuto.

Positivo: uma noite de grandes golos

Antunes é um especialista e vê-lo marcar «à bomba» não surpreende. Dele, aliás, já se aguarda um momento para recordar, cada vez que puxa atrás aquele pé esquerdo tantos anos esquecido e perdido em Itália. Luiz Carlos não tem a mesma fama, mas, esta noite, teve o proveito. Aproveitou uma bola que lhe caiu na frente para encher o pé. Valeu a pena acreditar.

Negativo: as lesões

João Luiz e André Leão deixaram o jogo cedo de mais. Ainda na primeira parte os treinadores das duas equipas foram obrigados a mexer. Ambos usaram a mesma cartada: troca por troca. Mas num jogo que não teve nada de violento é sempre de lamentar o fim madrugador para a dupla. A atestar o azar de ambos, os dois lesionaram-se num lance em que...foram eles a fazer falta.

O momento: Danilo engana Olegário

Minutos antes de admoestar Cícero por uma evidente simulação na área, Olegário Benquerença deveria ter feito o mesmo com Danilo Dias, do outro lado. O brasileiro sentiu Antunes nas costas e deixou-se cair sem que o pacense lhe tocasse. O árbitro, iludido, assinalou o penalty que quase decidiu o jogo. O golaço de Luiz Carlos atenuou o sentimento de injustiça pacense.

Outros destaques

Antunes

Foi uma espécie de quebra-gelo. A designação assenta bem porque foi o lateral que inaugurou as cerimónias do jogo com uma «bomba» que só parou no fundo da baliza de Salin. E com isso aqueceu por momentos o coração dos adeptos pacenses na gélida noite da Mata Real. O golo não surpreende porque Antunes já habituou a coisas destas. Mas é sempre bom de ver.

David Simão

Esteve quase a decidir um jogo em que tentou ser para o Marítimo o que Vítor foi para o Paços de Ferreira. Consegui-o quando a bola lhe chegou em condições, mas não foram assim tantas vezes. Organizou o ataque insular e cobrou o livre que valeu o primeiro empate, no regresso a uma casa que bem conhece. Depois, de penalty, aproximou os três pontos da sua equipa. Viu já de fora Luiz Carlos ordenar a divisão.

Rafael Miranda

Foi com a cabeça onde normalmente mora o pé. E fez golo. Um golo importante para um médio que tem outras funções mais importantes durante os 90 minutos. Perdeu cedo o companheiro do miolo João Luiz e a dupla com Rodrigo António demorou a engrenar, mas Miranda conseguiu subir uns furos apoiando-se na calma que o empate trouxe à equipa.