Eins! Zwei! Drei! Vier! Fünf! Sechs! Sieben... Tor! Tor! Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete... e golo. Golo! Eu, Mario, ainda não super, apenas Mario, a correr para chegar primeiro no photofinish, a correr de cabeça esticada entre os centrais, quase de olhos fechados, para chegar primeiro. E, não é fácil, garanto-vos. Se ainda fosse com a bola nos pés, mas correr sozinho, num sprint de dez, 15 metros, quando se sabe que pode nunca levar a lado nenhum... Só que depois daqueles sete passes entre os meus colegas, depois de ter tudo começado no Neuer e passado por quase toda a Mannsachft, tinha de tentar ueber alles! Desculpem, quero dizer: acima de qualquer coisa. Pela equipa! Por momentos, pensei que ia ficar como uma wurst entre duas metades de pão, mas tudo correu bem. O Müller - por falar nisso, tenho de ir ver como ele está, que ficou com a cara numa miséria - viu o que tinha de ver. Fazemos aquilo nos treinos, e depois tudo fica mais fácil. Todos sabem que o Müller sai dali e deixa o espaço para mim e para o Özil preenchermos. Lembram-se do jogo com Portugal? Ainda bem porque assim não tenho de explicar tudo!Foi tão divertido como ir beber um schnapps com um amigo no final de um dia de trabalho. E viram o que inventei? Cabeceei como mandam as regras, para a minha própria perna e marquei. Ainda ninguém tinha feito isto neste Mundial. Uma conclusão à maneira! Der wille zur macht! A vontade de ter poder, já dizia o Nietzsche, sempre nos motivou. E que melhor poder podemos ter do que marcar um golo, decidirmos um encontro, sermos especiais para os nossos? Claro que o Ayew estragou tudo, mas fiz a minha parte. De pescoço esticado, entre dois centrais, e olhos fechados. Como é, fiquei bem na fotografia?
«Não crucifiquem mais o Barbosa» é um espaço de opinião/crónica da autoria de Luís Mateus, subdiretor do Maisfutebol, que aqui escreve todos os dias durante o Campeonato do Mundo.
É inspirado em Moacir Barbosa, guarda-redes do Brasil em 1950 e réu do «Maracanazo». O jornalista é também responsável pelas crónicas de «Era Capaz de Viver na Bombonera», publicadas quinzenalmente na
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