A Assembleia Geral da Liga, que reuniu os clubes que disputam as competições profissionais, esta segunda-feira, na sede do organismo, no Porto, aprovou quatro alterações aos actuais regulamentos e ao comportamento do órgão que tutela o futebol profissional em Portugal.

Em primeiro lugar, as mudanças centram-se nos castigos para casos de arremesso de objectos para o relvado durante um jogo e para as declarações contra as equipas de arbitragem.

Assim sendo, a partir da próxima época, se um jogo for interrompido por mais de cinco minutos devido a arremesso de objectos da bancada, o clube em questão será punido «de imediato com a realização de um a três jogos à porta fechada.» A Liga acabou por optar por jogos à porta fechada em vez da simples interdição do campo. «Entendeu-se que a interdição do recinto desportivo poderia, em alguns casos, não punir ou até beneficiar o prevaricador, nomeadamente em clubes com grandes massas adeptas», explicou Fernando Gomes, presidente da Liga, no final da Assembleia.

Quanto aos castigos relacionados com as críticas à arbitragem, estes serão «cinco vezes» maiores do que até agora e visam as declarações que sejam produzidas sobre uma equipa de arbitragem desde a sua nomeação até à hora do jogo. «Com esta medida não pretendemos impor o silêncio de ninguém, antes defender a imagem das competições profissionais de futebol», justificou Fernando Gomes.

Para além destas medidas, foram aprovadas mais duas alterações. Os clubes decidiram separar claramente a fase de inquérito disciplinar da avaliação e decisão por parte da Comissão Disciplinar, de modo a aumentar a transparência das decisões do organismo.

Por fim, aprovou-se, por unanimidade, um projecto piloto para que os árbitros sejam avaliados com recurso a imagens televisivas. Será aplicado já na próxima temporada, mas, para já, não terá efeitos na classificação final dos juízes.

«Esta é a nossa resposta, ainda que em fase de teste, à sublinhada crítica do peso dos observadores no sector da arbitragem, sendo estes, na maioria das vezes, menos qualificados do que o árbitro que estão a avaliar», concluiu o presidente da Liga.