Jesualdo Ferreira foi muito honesto nas respostas que deu: o exemplo mais óbvio aconteceu quando foi questionado sobre se poderia lutar pelo título com este plantel do Sporting. O treinador admitiu que mesmo chegando antes da espiral de resultados negativos dificilmente poderia fazê-lo.

«Face ao momento atual do Benfica e do F.C. Porto, sinceramente acho que não», atirou já quase na conferência de imprensa. «Mas este plantel poderia ser uma equipa no meio do Benfica e do F.C. Porto, a ser mais adversário para eles e a ser uma parceiro forte na afirmação do futebol português.»

Lutar pelo título de uma forma clara, adiantou, não era impossível: mas era muito difícil. «Face aos recursos de Benfica e F.C. Porto, não me parece que este plantel tenha nível para poder discutir o título. Mas também toda a gente fala do plantel do Sp. Braga agora. Portanto é tudo possível.»

Jesualdo referiu de resto que o plantel tem jogadores muitos novos, «num nível de idade arriscado para um clube como o Sporting» e jogadores de várias origens, «não só de países muito diferentes mas de formações futebolísticas também muito diferentes». No entanto é um plantel com valor.

Jesualdo explica como vai motivar o grupo

Ora por isso o treinador anuncia que vai recorrer a essa qualidade para motivar o grupo. «É importante primeiro que entendam o que significa estarem com doze pontos e apenas um ponto acima da linha de água. Para quem veio rotulado de estrelas, não é nada agradável», sublinhou.

«Vamos falar ao ego dos jogadores. Todos eles estão a perder muito, são internacionais e têm ambições grandes. Alguns têm contrato alargado com o Sporting e há um conjunto de factores que eles conhecem», acrescentou, ele que garantiu que «quem duvida da sua capacidade, não rende».

Nesse sentido Jesualdo anuncia que vai trabalhar em várias frentes: vai trabalhar a motivação dos jogadores, vai dar-lhes a atenção que eles precisam para saber que rendem mais do que aquilo que têm mostrado e vai criar uma organização do futebol leonino que potencie a qualidade do grupo.

«Há grande instabilidade e uma falta clara de organização, não só na equipa mas em toda estrutura. É importante que os jogadores entendam que o Sporting é grande, que as exigências são grandes e que precisam de uma injecção de confiança. É preciso traçar um rumo de maior qualidade», disse.

«O mais importante neste momento é ganhar jogos, subir os níveis competitivos e encontrar uma organização forte. Os jogadores têm qualidade, pelo que se o sucesso aparecer podemos passar para um patamar mais elevado que trará como consequência ganhar mais jogos. É um ciclo de sucesso.»

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