Maciel Lima Barbosa da Cunha nasceu há 29 anos numa «cidade-satélite» (bairro) da periferia de Brasília, capital do Brasil, chamada Samambaia. Uma zona perigosa e dominada pela delinquência, onde o jogador do Leiria cresceu, fez amizades, e aprendeu uma lição de vida que ainda hoje recorda, nos momentos mais difíceis. O momento não podia ser mais adequado.
«Quem veio do buraco, da favela, como eu, tem de ser um guerreiro, não é? Lá, mesmo de dia, as pessoas andam com revolver para fazer assaltos. De onde eu venho, só se sai por dois motivos: para a prisão ou para debaixo da terra. Por isso, eu sou um herói para aquele povo. Porque consegui triunfar na vida. Agora, até os polícias gostam de mim e me dizem: você andou com bandidos, que apanharam 15, 20 anos de cadeia, mas fui capaz de vencer, dei condições para a minha família, que deixou de passar necessidades. É o meu orgulho de vida», revela ao Maisfutebol., num desfiar de memórias, o avançado brasileiro.
Mas há mais: «Aprendi desde cedo que tinha de lutar muito para conseguir alguma coisa. Comecei cedo a jogar com os adultos, a nível meramente amador. Apenas de me torneio profissional aos 18/19 anos. Não tive escola de base, justamente por isso.»
É desses tempos de infância e juventude que Maciel se lembra quando o confrontam com a situação que enfrenta actualmente em Leiria. No fundo, quer fazer lembrar que quem passou por aquilo pode muito bem com um processo disciplinar, ordenados em atraso, ou outras circunstâncias da sua vida profissional.
A família é, nestas alturas, o seu principal suporte. «Felizmente, tenho a minha mulher e os meus filhos para me apoiar. É com eles que vou suportar o que vier por aí», desvenda.