Lira está de regresso a Coimbra e à Académica. Depois de um ano de empréstimo ao Botafogo, o lateral-esquerdo passou na avaliação feita por Manuel Machado (havia sido dispensado por Nelo Vingada) e constitui o primeiro «reforço» de Inverno dos «estudantes», que estavam deficitários de esquerdinos desde a lesão de Hélder Barbosa, cuja recuperação irá prolongar-se pelos próximos meses.
De novo integrado no plantel da Briosa, Lira não esconde que era seu objectivo regressar a Portugal e promete empenhar-se a fundo para ganhar um lugar na equipa. «Quando voltei ao Brasil, foi com a intenção de, passado um ano, retornar à Académica. A concorrência é sempre grande, mas vou batalhar para conquistar o meu espaço, com muito respeito pelos colegas da posição. Quero dar o máximo, para ficar de consciência tranquila, e esperar que o técnico me dê uma oportunidade», revela.
No Brasil, o lateral continuou a acompanhar a carreira da sua equipa, sobretudo ao longo da presente época, e diz-se bem impressionado, embora sem querer entrar em comparações com o conjunto que deixou há um ano «Penso que o plantel é bastante bom e não há dúvidas de que estamos no bom caminho. Só falta mesmo obter mais vitórias, porque o trabalho até agora tem sido bem feito. Vi o jogo com o Braga e gostei. Com o Sporting, achei que a derrota foi injusta e, por isso, acredito que há condições para fazer melhores resultados no futuro.»
Lira desvaloriza, por isso, as críticas que têm sido feitas à Académica e aos deslizes defensivos que têm feito «voar» alguns pontos: «Nenhuma equipa é perfeita e todas têm falhas a corrigir. Não é só culpa da defesa, é de todos. Dos 11 que entram em campo e dos que ficam de fora. A jogar da forma como estamos, não tem como as vitórias não aparecerem e quando assim for ninguém vai falar mais dos erros ou desconcentrações.»
A (re)adaptação a Portugal, assegura o brasileiro, não será difícil, faltando-lhe apenas readquirir ritmo competitivo para que possa começar a figurar entre as opções de Manuel Machado. O interregno para as festas dará uma preciosa ajuda. «Não deixei de treinar no Brasil, mas diria que neste momento estou apenas a 70 por cento. Acredito que em Janeiro já estarei em boas condições para voltar a jogar», perspectiva o lateral, que considera a Liga a 16 mais competitiva do que o anterior modelo, de 18 clubes: «Penso que o Campeonato está mais equilibrado. Mesmo as equipas do fundo da tabela podem ascender rapidamente e nós temos de estar sempre muito atentos para não sermos surpreendidos.»