O dérbi da Madeira praticamente garantiu ao Marítimo a manutenção na Liga e hipotecou de forma quase decisiva a luta do Nacional pelos lugares europeus.

Não deixa de ser surpreendente o desfecho numa partida em que os maritimistas cedo começaram em perda por expulsão justíssima de Dyego Souza, que com uma cotovelada a Alan Henrique deixou a sua equipa a jogar com menos um elemento logo aos 18 minutos.

O lance foi violento e o jogo continuou com uma dureza acima da média, a ponto de os maritimistas terem visto quatro amarelos até ao início da segunda parte. Até aí, as oportunidades de golo eram uma raridade, apesar de Manuel Machado ter começado a arriscar cedo, e o futebol era sobretudo um desporto de combate no relvado dos Barreiros, para lamento dos sete mil adeptos que preencheram as bancadas.

No entanto, até o jogo mais feio pode proporcionar um dos mais belos momentos do campeonato: o golo de Edgar Costa surgiu aos 59 minutos e é um lance de antologia.

Vale a pena descrevê-lo… Domínio de bola primoroso à entada da área, com três toques – peito, depois com o pé e ainda com a coxa – e remate colocadíssimo a surpreender o guardião do Nacional. Que golo! Que obra-prima!

A meia-hora do final, o Marítimo colocava-se em vantagem e começava e ter o controlo sobre jogo que lhe parecia adverso.

Por outro lado, o Nacional mostrou ansiedade. Mostrou dificuldades em ligar três ou quatro passes seguidos e pelas incursões do lateral Sequeira ou do extremo Salvador Agra foi tentando reagir. Sem grande sucesso.

A tal ponto que os verde-rubros viriam a sentenciar a partida já perto do final.

Fransérgio, que já havia assistido Edgar Costa, fez um passe de morte para Éber na área rematar cruzado e forte para fazer o 2-0 com que se fechou o resultado de um dérbi que terminou em festa nos Barreiros.

Com menos um jogador, o Marítimo superou-se e venceu justamente o rival e, quando muito poucos esperariam, com elevada nota artística.

Aquele jogo feio e duro de repente reluziu de bom futebol… Tudo graças à pérola que Edgar Costa desencantou ali no meio do Atlântico.