Kaká ficará para a história, por ter feito o golo, mas o mérito é da alma da equipa, que resistiu a uma primeira parte em que foi inferior ao Nacional para vencer com mérito na segunda.
A alma foi mesmo o segredo, perante um rival mais afoito durante largos períodos mas muito perdulário. O Nacional teve mais oportunidades do que o Tondela. Talvez até merecesse estar a ganhar no intervalo. Mas a falta de eficácia é, quase sempre, castigada. E disso o Tondela não tem culpa.
Tem mais responsabilidades, claro, no primeiro tempo pouco agradável. Mais do que o Nacional, que tentou fazer algo e viu Soares desperdiçar quase de baliza aberta a melhor ocasião.
Os madeirenses surgiram em campo com o rapidíssimo Salvador Agra num flanco e Wanderson no outro. Se o português esteve sempre muito em jogo e foi o melhor do ataque da sua equipa, o brasileiro foi uma desilusão. Desligado, complicativo. Passou ao lado do encontro.
No Tondela, Luís Alberto, com Guzzo por perto, tentava pautar a toada do encontro, com auxílio dos alas Murillo e Piojo. Nathan deveria ser o farol dos raides ofensivos locais mas pouco mostrou.
A equipa de Vítor Paneira só começou a mostrar qualidades, verdadeiramente, no segundo tempo. Ganhou coragem para empurrar o Nacional para trás e expôs fragilidades defensivas no rival até então indetetáveis.
Num desses lances em que o Nacional hesitou em demasia na defesa, o Tondela marcou. Dois remates saíram bloqueados, mas os madeirenses não afastaram como deveriam. A bola pingou à entrada da área onde Kaká tentou a sorte de cabeça. Gottardi hesitou, à espera que um colega afastasse, mas ninguém o fez. E a bola entrou.
O golo galvanizou os locais e Luís Alberto, por duas vezes, esteve perto de marcar o segundo. Primeiro Gottardi fez uma bela defesa, depois o desvio a livre de Tinoco saiu ligeiramente ao lado.
Era o melhor período do Tondela no jogo, que antecedeu o assalto final do Nacional. Manuel Machado alargou o ataque com Camacho e Gustavo, mas a pontaria continuou desafinada.
O Tondela resistiu, jogou com cabeça e ficou com os três pontos. Os primeiros na Liga. Os primeiros na história. Voltar a casa foi mesmo remédio santo para a equipa de Vítor Paneira.
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