Dois golos, três pontos e uma pressão dos diabos sobre o rival Benfica no topo da tabela.
O FC Porto venceu o dérbi, isolando-se provisoriamente no comando da Liga, e agora fica à espera que o Benfica tropece na Feira para voltar à liderança isolada.
Isto antes de visitar Liverpool, na próxima terça-feira, para a primeira mão dos quartos de final da Liga dos Campeões.
Por sua vez, o Boavista tropeçou no processo de recuperação, mas para já tem quatro pontos de conforto sobre a zona de despromoção.
FICHA DE JOGO DO FC PORTO-BOAVISTA: 2-0
Este foi um dérbi sem treinadores principais no banco.
Castigados, Sérgio Conceição e Lito Vidigal comandaram as equipas por controlo remoto, embora ao volante, no banco do motorista, estivessem condutores de inteira confiança: Vítor Bruno e Neca, respetivamente.
Vindo de uma dupla jornada feliz em casa do Braga – com triunfo no campeonato e apuramento para a final da Taça – Conceição mudou dois jogadores em relação à última jornada, mas mexeu no onze bem mais do que possa parecer.
O castigado Felipe e o lesionado Alex Telles abriram espaço na equipa para Manafá e Brahimi, que regressou à titularidade cinco jogos depois.
Corona foi adaptado a lateral direito – será um indicador para Liverpool? – e Manafá jogou no lado contrário. Militão, por sua vez, regressou ao eixo da defesa para fazer uma dupla inédita com Pepe.
Do lado contrário, Lito mostrou-nos porque é um dos treinadores mais pragmáticos da Liga.
Esta noite, fez cinco alterações em relação ao importante triunfo frente ao Belenenses, da passada segunda-feira, e apresentou-se num 5-4-1, que se desdobrava num 3-4-3 em situações de ataque: Yusupha solto lá na frente e atrás dele duas linhas com quatro e cinco homens – a mais recuada com três centrais.
Na gíria futebolística, um autocarro de dois andares, com o alternativo equipamento cor de laranja do equipamento axadrezado a sugerir até os antigos modelos dos STCP – que curiosamente agora pinta os seus veículos de azul e branco.
A verdade é que, influenciado ou não pelos novos preços do Andante, o FC Porto mostrou ter passe – e paciência – para seguir da Boavista às Antas sem grandes sobressaltos.
Paulatinamente, o double decker bus de Lito foi sendo desviado do caminho da baliza.
Convenhamos: a comparação serve para meramente para efeitos criativos.
Lito assenta a sua equipa numa irrepreensível organização defensiva e facto é que este Boavista apresenta-se bem mais maduro desde a sua chegada ao comando técnico.
FC PORTO-BOAVISTA: DESTAQUES DO JOGO
Esta noite, a estratégia funcionou quase até ao final da primeira parte: até Brahimi cair na área numa disputa com Raphael Silva e Rui Costa assinalar um penálti que Soares converteu.
Ainda assim, até ao golo no minuto 41, o FC Porto produziu uma avalancha ofensiva. Soares, Otávio, Brahimi, Soares de novo… As oportunidades sucediam-se.
Sem encontrar o caminho da baliza, a meio da primeira parte, Brahimi recuou para zonas interiores para pegar no jogo a meio-campo e Corona e Manafá tornaram-se em extremos, fazendo dos flancos duas avenidas, de modo a darem ainda mais largura e profundidade ao jogo dos campeões nacionais.
Se o primeiro golo tardou, o segundo viria a surgir logo. Marega introduziu a bola na baliza ainda antes do intervalo, após passe de Soares, mas estava em fora de jogo.
Porém, o Dragão viria a festejar sem se reprimir já no início da segunda parte: Otávio recebeu a meio do meio campo, ligou o turbo e disparou cruzado para bater Bracali – tal como Bueno de regresso ao Dragão.
2-0 aos 48 minutos. Jogo resolvido com ainda quase uma parte por jogar.
Mesmo em desvantagem o Boavista não arriscou substancialmente, o FC Porto foi gerindo o dérbi com a cabeça já na Liga dos Campeões.
O jogo só voltou a animar já perto do final, quando um pontapé acrobático de Brahimi parou nas mãos de Bracali.
Até lá, o dérbi seguiu viagem de forma serena e previsível, até ao destino previsto.
Hoje, o dragão mostrou o passe e seguiu viagem. Segue-se uma paragem na carreira doméstica.
Próxima estação: Anfield.
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Veja o resumo do jogo: