Houve lenços brancos no recinto portista, um ‘joguem à bola’ pouco habitual na claque, demasiados sinais de insatisfação perante um FC Porto irreconhecível, incapaz de evitar o primeiro golo do Áustria Viena na fase de grupos da Liga dos Campeões (1-1).
A formação austríaca, que empatara em S. Petersburgo perante um Zenit em inferioridade numérica, fez um par de remates à baliza de Helton e foi feliz. Mas a sorte não explica tudo. Não explica nada, aliás. O futebol azul e branco merece análise profunda.
Um momento surreal
24.809 adeptos a assistir a um momento surreal no Estádio do Dragão. Ao décimo primeiro minuto de jogo, Alex Sandro recupera uma bola na esquerda. Olha para a equipa, estática, e vê apenas uma solução de passe. Uma, saliente-se. Variação de flanco para o outro lateral, Danilo.
Danilo recebe mal, de forma atabalhoada. Nada de grave, parece. Tem espaço para rodar e levantar a cabeça. Josué está demasiado adiantado e faz um sinal, pede a bola longa para Jackson. O brasileiro tenta, erra e acerta em Kienast.
Roman Kienast, um gigante convertido em estranho número 10, arranca com entusiasmo e dispara para o primeiro golo do Áustria Viena na fase de grupos da Liga dos Campeões.
Incompreensível. O empate do Zenit, pouco antes, colocava o segundo lugar ao alcance do FC Porto. Porém, a formação portista entrou em campo sem chama, errante, sem ideias.
Heinz Lindner foi um problema acrescido. Bela exibição do guarda-redes austríaco, adiando o golo do empate. Não chega, ainda assim, para justificar uma primeira parte sofrível dos dragões.
Paulo Fonseca trocara Otamendi e Varela por Maicon e Licá. Porém, a questão é mais abrangente.
24.809 adeptos a assistir a um momento surreal no Estádio do Dragão. Ao décimo primeiro minuto de jogo, Alex Sandro recupera uma bola na esquerda. Olha para a equipa, estática, e vê apenas uma solução de passe. Uma, saliente-se. Variação de flanco para o outro lateral, Danilo.
Danilo recebe mal, de forma atabalhoada. Nada de grave, parece. Tem espaço para rodar e levantar a cabeça. Josué está demasiado adiantado e faz um sinal, pede a bola longa para Jackson. O brasileiro tenta, erra e acerta em Kienast.
Roman Kienast, um gigante convertido em estranho número 10, arranca com entusiasmo e dispara para o primeiro golo do Áustria Viena na fase de grupos da Liga dos Campeões.
Incompreensível. O empate do Zenit, pouco antes, colocava o segundo lugar ao alcance do FC Porto. Porém, a formação portista entrou em campo sem chama, errante, sem ideias.
Heinz Lindner foi um problema acrescido. Bela exibição do guarda-redes austríaco, adiando o golo do empate. Não chega, ainda assim, para justificar uma primeira parte sofrível dos dragões.
Paulo Fonseca trocara Otamendi e Varela por Maicon e Licá. Porém, a questão é mais abrangente.
A insistência que não resulta
Tudo começa numa insistência tática que não apresenta benefícios para um FC Porto impregnado pelo espírito do 4x3x3 clássico.
O duplo pivô é um erro. Fernando e Defour ficam afastados do processo ofensivo e não oferecem garantias na transição. Lucho González, que o poderia fazer, surge nas imediações de Jackson. A fórmula tem sido testada, o tempo passa e a conclusão parece óbvia: não funciona.
Ao lançar Varela no reatamento, Paulo Fonseca tirou Defour e devolveu Josué ao centro do terreno. Finalmente, o FC Porto atacava com dois extremos puros e tinha um jogador com qualidade técnica para aproximar os setores. Foi o melhor período dos dragões, o empate na cabeça de Jackson Martínez e 40 minutos pela frente. Cruzamento na direita, Mangala a desviar junto à linha de fundo e Cha Cha Cha a confirmar à boca da baliza.
Durou pouco, ainda assim. O Austria Viena, que reclamara ainda uma mão de Danilo na etapa inicial, no interior da área portista (com razão, parece), fechou-se sobre si mesmo e esperou pelo fim do entusiasmo azul e branco.
Tudo começa numa insistência tática que não apresenta benefícios para um FC Porto impregnado pelo espírito do 4x3x3 clássico.
O duplo pivô é um erro. Fernando e Defour ficam afastados do processo ofensivo e não oferecem garantias na transição. Lucho González, que o poderia fazer, surge nas imediações de Jackson. A fórmula tem sido testada, o tempo passa e a conclusão parece óbvia: não funciona.
Ao lançar Varela no reatamento, Paulo Fonseca tirou Defour e devolveu Josué ao centro do terreno. Finalmente, o FC Porto atacava com dois extremos puros e tinha um jogador com qualidade técnica para aproximar os setores. Foi o melhor período dos dragões, o empate na cabeça de Jackson Martínez e 40 minutos pela frente. Cruzamento na direita, Mangala a desviar junto à linha de fundo e Cha Cha Cha a confirmar à boca da baliza.
Durou pouco, ainda assim. O Austria Viena, que reclamara ainda uma mão de Danilo na etapa inicial, no interior da área portista (com razão, parece), fechou-se sobre si mesmo e esperou pelo fim do entusiasmo azul e branco.
Crise de confiança e falta de soluções
Surge então outro problema neste atual FC Porto: a falta de soluções. Ricardo substituiu Licá, troca por troca entre dois jogadores esforçados mas sem qualidade indiscutível para dar garantias na Liga dos Campeões. Quintero foi a derradeira opção. Demasiado verde.
Alex Sandro, o melhor dragão na etapa inicial (comforme pode ler nos D estaques), baixou ligeiramente de ritmo, Danilo cresceu para tentar compensar o erro mas todo o futebol desaguava nos pés ou na cabeça de Jackson Martínez. Ninguém queria assumir o risco, procuravam o colombiano para resolver um problema coletivo. Lindner agigantou-se para segurar o ponto.
O FC Porto terminou o jogo com Mangala lá na frente, fazendo lembrar outros tempos, bolas a rondar a área sem critério, falta de confiança evidente.
Os dragões partem para a última jornada com o apuramento em aberto, a Liga Europa garantida e a vitória em Madrid como obrigatoriedade. É o pior registo caseiro da equipa na Champions. Apenas um ponto em três jogos. Pouco, muito pouco.
Surge então outro problema neste atual FC Porto: a falta de soluções. Ricardo substituiu Licá, troca por troca entre dois jogadores esforçados mas sem qualidade indiscutível para dar garantias na Liga dos Campeões. Quintero foi a derradeira opção. Demasiado verde.
Alex Sandro, o melhor dragão na etapa inicial (comforme pode ler nos D estaques), baixou ligeiramente de ritmo, Danilo cresceu para tentar compensar o erro mas todo o futebol desaguava nos pés ou na cabeça de Jackson Martínez. Ninguém queria assumir o risco, procuravam o colombiano para resolver um problema coletivo. Lindner agigantou-se para segurar o ponto.
O FC Porto terminou o jogo com Mangala lá na frente, fazendo lembrar outros tempos, bolas a rondar a área sem critério, falta de confiança evidente.
Os dragões partem para a última jornada com o apuramento em aberto, a Liga Europa garantida e a vitória em Madrid como obrigatoriedade. É o pior registo caseiro da equipa na Champions. Apenas um ponto em três jogos. Pouco, muito pouco.