É a primeira vez que o Nacional tem um técnico madeirense à frente da equipa num derby. Ivo Vieira já jogou muitos derbies, mas agora estreia-se na liderança de um conjunto que chega aos Barreiros com mais três pontos que o rival. E o facto de ser made in Madeira não significa vitória por antecipação.

«Houve jogos em que o Nacional tinha mais jogadores madeirenses e não foi por ai que venceu», lembrou o treinador dos visitantes, nesta quinta-feira, na antevisão do encontro inaugural da 26ª jornada.

Mas não negou que vai «tentar meter o cunho pessoal neste jogo, embora, possa ser uma faca de dois gumes»: «Pode ser motivante ou trazer intranquilidade. Vou gerir as coisas à minha maneira», assegurou.

Um triunfo, no seu entender, é importante pois «deixará o Nacional mais perto da Europa e deixa um adversário directo para trás». «Enquanto for possível vamos perseguir o objectivo Europa. Se não o conseguirmos, a casa também não vai abaixo», observou.

Apesar de ter menos tempo de recuperação que o rival, já que os alvinegros jogaram na segunda-feira contra o Paços de Ferreira, Ivo Vieira acredita que «o cansaço não vai ser problema». E a conquista dos três pontos frente aos pacenses «deu mais alento», segundo o técnico: «Quebrou um grande peso emocional. Eles costumavam fazer três ou quatro golos e não o conseguiram. Nós ganhámos e tem de servir de mola impulsionadora.»

Quebrar a tradição

Para Ivo Vieira, num jogo entre rivais não há favoritos, nem vence quem está melhor. «Um derby é sempre diferente. Vocês sabem que não tem a ver com o ter mais ou menos pontos, mas sim com o momento», argumentou.

Sobre o Marítimo, não se alongou muito concordando que tem «um trio de ataque forte e é uma equipa coesa que começou menos bem, mas que agora está numa boa fase». «Mas temos de nos preocupar mais connosco e com o que podemos fazer e não só em pensar neles», defendeu.

No caldeirão, o Nacional só venceu sob a batuta de José Peseiro. Mas tal como aconteceu na segunda-feira passada, o técnico afiança que pode voltar a história a seu favor: «O histórico nos Barreiros não é positivo. Mas vamos quebrar a tradição, já quebrámos a do P. Ferreira e agora tem de ser esta. Foi difícil, foi. Não é mentira e esta também vai ser complicada.»