Jokanovic sugeriu e Rui Alves aceitou. Ivo Vieira, um dos adjuntos do antigo técnico do Nacional, assumiu a liderança da equipa, após a saída do treinador sérvio que no entanto se mantém em funções nos alvinegros, regressando à posição de conselheiro do presidente nacionalista e responsável pelo departamento de prospecção.

Naquela que foi a sua primeira conferência como principal, Ivo Vieira mostrou a sua habitual sinceridade. «Sei que é diferente ser adjunto do que ser treinador principal, ainda por cima, num clube de Liga. É sempre mais visível e mais vantajoso», disse.

«Julgo que é diferente mas face à experiência que tenho tido como adjunto quer como principal no futebol jovem, leva-me a não exaltar muito esta posição, mas claro que fico contente. Agora há que trabalhar para que possamos todos ter uma semana de sucesso», começou por afirmar.

Confrontado se esperava ter esta oportunidade, o actual líder da turma da Choupana foi directo: «Gosto de ouvir algumas pessoas que dizem que não gostavam de ser treinadores. Sempre sonhei com isso, já há dois ou três anos que acho que tenho condições para abraçar um projecto, mas nunca quis ser treinador nas circunstâncias que aconteceram, ou desejando o insucesso que quem liderava.»

«Isso é uma verdade e que é a minha forma de ser. Estou a ter esta oportunidade hoje, porque nunca quis passar por cima de ninguém. Não fiquei satisfeito na forma como aconteceu, pois tenho uma grande amizade pela pessoa que saiu e que estava muito perto de mim».

Ivo Vieira não vai mudar muita coisa, mas dará o normal cunho pessoal, nos treinos e na equipa. «Na posição que ocupava, tinha um relacionamento muito próximo dos jogadores e isso ajudou. A minha maneira de ser é assim, falar e ajudar os jogadores. Isso ajudou e tudo correu normalmente, com uma ou outra alteração em termos de metodologia, ou ao nível do treino, como é normal e em nada afectou ou grupo».

Ainda na luta pela Europa

O responsável alvinegro revelou depois o que Rui Alves lhe pediu até ao final da temporada. «O presidente pediu para dar continuidade ao projecto, pois todos os anos o Nacional tende em conseguir um lugar na Europa. Somamos dois empates o que foi mau, mas a diferença pontual é pouca, dois ou três pontos para os adversários directos e um deles já perdeu ontem.»

«Se o Nacional vencer este jogo ultrapassa esse adversário. O presidente disse-me para ter serenidade e trabalhar, tentando chegar a uma prova europeia. Dar continuidade com a mão de cada um, de forma progressiva, pois não vale a pena mudar tudo de um dia para o outro», disse.

Quanto ao futuro, os resultados dirão se Ivo Vieira vai se o técnico principal na próxima temporada. «Sabemos que os resultados é que dirão o futuro. Posso achar que sou capaz, mas os resultados podem ser contrários. Para além de trabalhar bem, incentivarmos, ter os jogadores do nosso lado, ter o apoio da direcção, tudo depende dos resultados.»

«Já passei 19 anos aqui e passaram vários treinadores, durante a semana trabalhávamos bem e perdíamos e o treinador saia. Também acontecia ao contrário. O futuro será decidido mais tarde e pesa por certo o trabalho que faremos».

Vencer em Setúbal é importante e pode continuar a manter viva a chama da Europa. E como tal, o líder alvinegro falou abertamente sob o embate com os sadinos. «Temos de ser fortes e coesos, que vai de encontro à concentração. Temos de ser mais inteligentes e trabalhar mais que eles», garantiu.

«Os jogadores já sabem o que o Setúbal faz e vamos tentar explorar os seus pontos fracos. São lentos nas transições, mas é uma equipa muito madura, pois tem jogadores muito experientes. Vão poucas vezes à baliza adversária mas fazem golos. Estamos avisados e trabalhamos durante a semana para conseguir trazer os 3 pontos de Setúbal», finalizou.