Freddy Adu diz que o Benfica «tem sido uma bênção» e fala do golo ao E. Amadora como o grande ponto de viragem na sua carreira, em que se convenceu de que o seu futuro passava por ali. O jovem norte-americano fala ao jornal Washington Post, que faz uma reportagem sobre a sua vida em Portugal.
A entrevista decorre no quarto de Adu em Rockville, EUA, que «está uma confusão», conta o repórter. E se aqui Freddy não é diferente de muitos adolescentes, há muita coisa a distingui-lo de outros jovens de 18 anos. Adu foi famoso muito cedo e até já houve quem achasse que a sua carreira não teria futuro. Agora, o norte-americano de origem ganesa diz que cresceu com o salto para a Europa e os primeiros meses no Benfica.
«Sei que há pessoas que já me descartavam antes dos 18 anos, e houve alturas difíceis», afirma Adu, que chegou à Liga norte-americana com 14 anos. «Mas consegui sobreviver a isso ¿ por agora ¿ e sei que haverá alturas em que não vou jogar bem e haverá artigos na imprensa pouco agradáveis. Mas acho que já fiz grande parte do trabalho difícil do meu desenvolvimento, estou a trabalhar muito e encontrei algo em que me enquadro», observa.
A seguir, Adu fala do que encontrou no Benfica: «Estou num lugar onde sou realmente desejado e onde sou bem tratado. Os meus companheiros aceitaram-me e encontrei treinadores que conseguem obter o melhor de mim. Tem sido uma bênção.»
O jovem avançado fala também do encontro da Taça da Liga, frente ao E. Amadora, como o grande marco da sua passagem pela Luz: «Entrei e joguei 45 minutos nesse jogo. Joguei muito bem. Fiquei muito surpreendido, e acabei por coroar tudo com o golo do empate. Depois ganhámos nos penalties e no fim eu pensei: «É isto.» Foi o ponto de viragem para mim. Pensei: «Posso jogar, tenho talento para fazer isto.» É uma questão de trabalhar muito e ter confiança.»
O Washington Post fala também com um membro da embaixada norte-americana em Portugal, que dá conta do carinho dos adeptos do Benfica por Adu, apenas comparável ao que dispensam a Rui Costa.
«Os adeptos começam a gritar «o americano» pouco depois do intervalo na maioria dos jogos, quando o Benfica, tristemente, normalmente ainda não marcou. Quando ele começa a aquecer aplaudem de um modo que nunca fazem para o Angel Di Maria, o Nuno Gomes ou os outros avançados», conta Troy Fitrell, que relata ainda um episódio curioso, revelando que, no dia seguinte a um golo decisivo de Adu, recebeu vários e-mails, entre os quais o de um membro do Partido Comunista, com a seguinte mensagem: «Adoro a América».