Kay Voser é lateral esquerdo do Basileia. No dia 2 de maio defrontou e foi eliminado pelo Chelsea, em jogo das meias-finais da Liga Europa. O Maisfutebol socorreu-se deste espião encartado para perceber o que sente um adversário do Chelsea dentro do relvado. À atenção do Benfica.

Na primeira-mão, os helvéticos tinham sido surpreendidos em casa por 1-2. Em Stamford Bridge ainda marcaram primeiro, mas o Chelsea acabou por fazer três golos na segunda parte. Ao nosso jornal, Kay Voser destaca de imediato um dos blues: Eden Hazard.

«É um dos melhores jogadores que já vi até hoje. Um génio», considera Voser, sem poupar nos elogios. «O Ramires até foi o jogador que me surgiu mais vezes ao longo do jogo, mas sou rápido e consegui controlá-lo razoavelmente. Tive muitos mais problemas com o Hazard, é o maior perigo do Chelsea».

(esta conversa decorreu antes do fim-de-semana, é provável que a lesão de Hazard o retire da final)

Convidado a destacar outros elementos dos londrinos, Kay Voser elege David Luiz e Juan Mata. «Senti o David Luiz sempre confiante com a bola no pé. Tem um arranque fantástico e surge de surpresa nas zonas mais ofensivas. Não nos acautelámos bem para os movimentos dele», adverte Kay Voser.

«O Mata jogou só na segunda parte, mas o Chelsea ganhou logo qualidade no passe e na circulação. Não sei se será titular em Amesterdão, se for é um jogador que justifica uma marcação apertada. Fez três/quatro passes soberbos», acrescenta o lateral esquerdo do Basileia.

No seu terceiro jogo na Liga Europa 2012/13, Kay Voser só lamenta «os primeiros 15 minutos da segunda parte em Londres».

«O Chelsea veio impulsionado do intervalo e sofremos três golos de rajada. As palavras do treinador devem ter entrado nas cabeças dos jogadores. Perdemos bolas em zonas proibidas, foi uma estupidez».

PONTOS FORTES NO CHELSEA

«O Hazard decide jogos e não precisa de muito espaço para isso. À entrada da área dribla, assiste e remata sempre com qualidade»;

«O contra-ataque, claramente, é o movimento preferido da equipa. O Ramires é essencial nesse processo, pois tem uma passada larga e consegue romper bem»;

«Atenção aos remates do David Luiz de fora da área. Ele está cheio de moral e arrisca muitas vezes»;

«O Torres e o Moses não têm a qualidade técnica do Hazard, mas movimentam-se muito e têm força. É importante perceber desde cedo que eles trocam de posição várias vezes»;

Sem Mata, Chelsea perde qualidade na posse de bola

Voser considera o Chelsea «uma grande equipa», cheia de «bons executantes», mas identifica também alguns pontos «menos fortes» na equipa treinada por Rafa Benítez. Em discurso direto, o lateral suíço aponta as suas anotações mentais ao nosso jornal:

PONTOS FRACOS NO CHELSEA

«Não gostam de ter posse de bola e sem o Mata têm grandes dificuldades em circular o jogo»

«Quando são obrigados a jogar em ataque continuado perdem criatividade e imprevisibilidade; se o Benfica baixar as linhas, o contra-ataque do Chelsea deixa de funcionar»;

«Senti que perdem a concentração com facilidade a defender as bolas paradas; criámos algumas oportunidades de golo por causa disso»;

«Exageram nos passes lateralizados e atrasados, o que permite ao adversário respirar»;

«Os laterais [Ivanovic e Azpilicueta] poucas vezes apoiam o ataque, provavelmente por indicações do treinador; os nossos extremos tiveram poucos problemas defensivos».

Veja o resumo do Chelsea-Basileia