A Figura: Silvestre Varela

Os dados exuberantes da pré-época foram reativados diante do Gil Vicente. No golo teve o mérito de surgir na zona de tiro e depois de não desistir à primeira. Mas Varela teve muito mais. Naquele estilo a sugerir um desinteresse que, afinal, não é mais do que serenidade, o extremo levou Luís Martins ao cabo das tormentas. Segurou bem a bola, aproveitou o apoio de Danilo e saiu de confiança renovada. Teve o 3-0 nos pés aos 66 minutos e disparou ao lado. Os elogios de Paulo Fonseca, na quinta-feira, tinham razão de ser. Fizeram-lhe bem.

Negativo: lesão de Maicon No dia em que cumpria 25 anos, uma lesão atirou-o para fora das quatro linhas ainda o jogo não tinha 15 minutos. Os problemas físicos não o largam. No primeiro golo, o passe de cabeça para Varela é dele. Azarado da noite.

Veja como foi o jogo AO MINUTO

Juan Quintero

Um pouco por todo o lado, o pedido tomava a forma de exigência: deixem o menino jogar. Paulo Fonseca, aproveitando a proximidade do jogo em Viena, sentou Lucho e entregou a posição-dez a Quintero. Teste, mais um, superado. Ótimo em espaços curtos, repentista, sempre a tentar a tabela ou o passe em profundidade, Quintero é definitivamente um executante de espaços interiores. A plateia rejubilou ao confirmar o que se vem antecipando: é um talento inato, um pequeno génio deste maravilhoso jogo chamado futebol.

Jackson Martinez

Cinco jogos oficiais, cinco golos. É ponta-de-lança, ganha a vida a crucificar balizas contrárias e justifica a cada ação a alcunha de Cha Cha Cha. Mal toca na bola, Jackson baila, agarra a donzela pela anca, leva-a nos passos certos, embala-a até ao limite do torpor. Depois, sacrifica-a na hora do remate. É um atleta extraordinário, completíssimo, digno das loucuras de proponentes do calibre de Nápoles, Chelsea ou ManCity. Seja como for, está de corpo e alma no Dragão.

Diogo Viana

No FC Porto nunca teve a oportunidade de chegar ao plantel principal. Tem crescido bem. Maturou em Penafiel e surge no Gil Vicente já como um extremo de qualidade interessantíssima. Na primeira parte foi o único a ter a coragem de conduzir a bola e incomodar os adversário. No segundo tempo, veloz e tecnicista, fez alguns cruzamentos perfeitos. Um jogador para acompanhar.

Bruno Moraes

Aplaudido no regresso ao Dragão. Soube segurar a bola, usar o corpo e incomodou Helton em duas ocasiões. Merecia, pelo que fez, ter sido titular.

Steven Defour

Irrepreensível durante 90 minutos. Seguro no passe, nas compensações, muito mais confiante na forma como pediu a bola e comunicou com os colegas. Chegou de alma renovada da seleção da Bélgica.