O dirigente sindical, em declarações à agência Lusa, afirmou que o «estudo demográfico» divulgado pelo Observatório do Futebol «não surpreende, pois já é assim há alguns anos». Segundo os dados dos investigadores do organismo suíço, os clubes portugueses estão entre os que menos apostam em jogadores da formação e mais de metade dos futebolistas da I Liga são estrangeiros.
«Não dignifica FC Porto e Benfica, os clubes nesse ranking», disse Evangelista, confrontado com o segundo lugar dos “ragões, atrás do Inter de Milão, e o oitavo dos “encarnados”, com a mesma percentagem da Fiorentina e logo a seguir ao Chelsea, de José Mourinho.
Para o dirigente, «isto revela que Benfica e FC Porto continuam a apostar massivamente em jogadores estrangeiros, o que é errado, pois não defende o jogador português e pode condenar, a prazo, os próprios clubes».
Ao contrário, o Sporting, segundo dados do SJPF, terminou a primeira volta da atual época mais nivelado na utilização de portugueses e estrangeiros (sete “contra” sete), por comparação com Benfica (12-2) e FC Porto (11-3).
«A base do Sporting já é igual, o que traduz uma inversão, com o pormenor de que está a lutar pelo título, com resultados desportivos à semelhança dos seus rivais. Um sinal de que é possível ter uma base de formação e competir [ao mais alto nível]», disse Joaquim Evangelista.
O presidente do Sindicato dos Jogadores defende ações de «discriminação positiva» concertadas com a Federação Portuguesa de Futebol e outras instâncias, nomeadamente do Estado, «para que os clubes apostem mais na formação e obtenham benefícios de natureza fiscal ou de segurança social, por exemplo». «Os clubes também deviam ter essa preocupação. Nomeadamente os grandes, que também evocam a formação quando lhes interessa, ao contrário dos dados», concluiu.
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