Portugal foi autenticamente atropelado pela Itália na final do Campeonato da Europa de Sub-17, em Limassol, e falhou a conquista do seu terceiro título neste escalão. Os italianos entraram muito fortes, marcaram dois golos cedo, Portugal ainda cresceu, mas depois caiu definitivamente após o terceiro golo dos italianos logo a abrir a segunda parte. Uma enorme desilusão para a equipa liderada por João Santos, mas, a verdade, é que esta quarta-feira os italianos foram muito melhores.

Confira o FILME DO JOGO

Portugal tinha feito um esforço monumental na meia-final, para bater a Sérvia por 3-2, depois de ter estado a perder por 2-0 e, esta tarde, acusou esse esforço, sucumbindo diante de uma Itália que pareceu sempre mais fresca e determinada na conquista do título.

Os italianos entraram com tudo na final, com uma elevada posse de bola, um jogo muito vertical e, acima de tudo, com uma intensidade que Portugal raramente conseguiu igualar. Os primeiros minutos foram um autêntico vendaval junto à baliza de Diogo Ferreira que ainda conseguiu suster algumas bolas, até à entrada demolidora de Coletta, aos 7 minutos, para o primeiro golo da final, com uma cabeçada imparável a cruzamento de Cama.

Portugal procurava pressionar alto, com um bloco subido, mas os italianos escapavam por todos os lados e, de imediato, criavam perigo na área portuguesa. O segundo golo, aos 16 minutos, chegou sem surpresa, com Francesco Camarda a levar tudo à frente sobre a esquerda, a deixar Rui Silva e Edgar Mota nas covas, antes de fuzilar Diogo Ferreira. Um grande golo do jovem avançado do Milan que já tinha feito história na Séria A, ao estrear-se na equipa principal dos rossoneri com apenas quinze anos.

Um segundo golo muito cedo que deixava, desde logo, Portugal com uma montanha para subir, até porque, nos primeiros cinco jogos, a Itália tinha consentido apenas dois golos, tantos quantos Portugal estava agora obrigado a marcar para empatar o jogo.

A Itália até levantou um pouco o pé, nos últimos quinze minutos da primeira parte, e permitiu a Portugal, finalmente, ter bola e entrar no jogo. Rodrigo Mora, Eduardo Fernandes e Geovany Quenda tiveram oportunidades para reduzir a diferença antes do intervalo, num período em que Portugal conseguiu equilibrar a contenda, pelo menos, no número de remates. O intervalo chegou a voar e ainda com a Itália com uma sólida vantagem.

Camarda bisa e acaba com expetativas

João Santos não promoveu alterações na segunda parte, trocando apenas Geovany Quenda e Eduardo Fernandes de flanco, procurando destravar o jogo português. Portugal procurou recuperar as boas sensações com que tinha terminado o primeiro tempo e até parecia estar a crescer no jogo. Portugal já tinha virado resultados diante da Espanha (2-1), logo no jogo inaugural, e também com a Sérvia (3-2), na meia-final, e um golo diante da Itália poderia mudar o equilíbrio na partida.

Mas hoje não era dia de Portugal.

Foi mesmo a Itália a chegar ao terceiro golo, logo aos 50 minutos, num dos melhores lances deste jogo: grande passe de Liberali a destacar Mosconi que fez um compasso de espera para a entrada de Camarda que acabou por bisar no jogo. Um golo que bateu fundo nas aspirações portuguesas, até porque a Itália voltou a assumir as rédeas do jogo, com uma excelente gestão da posse de bola.

Portugal nunca baixou os braços, nunca deixou de procurar o golo, mas parecia cada vez mais difícil, até porque a defesa italiana, com Verde em particular destaque, raramente abanou. Mais difícil ficou quando, a vinte minutos do final, o selecionador italiano reforçou a defesa com mais um central, fechando definitivamente os caminhos para a baliza italiana, com uma linha de cinco defesas.

Rodrigo Mora, uma das figuras deste campeonato, agora com a companhia de Cardoso Varela e Afonso Patrão, nunca deixou de tentar, mas já era evidente o esgotamento físico do avançado do FC Porto.

A vitória da Itália, a primeira neste escalão, ao fim de quatro finais, é totalmente incontestável, mas Portugal também regressa a casa de cabeça levantada pelo excelente percurso que fez nesta competição, deixando sinais muito positivos para o futuro.