Épico, fantástico, incrível!

As palavras são fortes, mas não é para menos: a Seleção Nacional de sub-17 está na final do Euro da categoria, depois de ter vencido esta tarde a Sérvia, por 3-2.

Uma vitória arrancada a ferros, nos descontos, e após largos minutos em que a equipa portuguesa parecia ter assinado os papéis do divórcio com o golo antes de entrar em campo.

Em Larnaca, a Seleção Nacional procurava apurar-se pela terceira vez para a final do Campeonato da Europa, ao passo que a Sérvia queria fazer o que nunca havia feito.

O FILME E A FICHA DE JOGO.

E durante grande parte do encontro, diga-se, o sol parecia estar a sorrir mais aos sérvios, bem mais.

Um primeiro minuto paradigmático

O primeiro minuto foi paradigmático: Portugal facilitou na defesa, Vasilic ficou na cara do golo e só a intervenção atenta de Diogo Ferreira impediu o 1-0. Esse lance, no entanto, marcou a tónica para os minutos seguintes.

No ataque, a formação das quinas tem talento de sobra, e portanto foi sempre conseguindo criar perigo. Só que seja por manifesto azar – Quenda acertou na barra –, ou por uma ineficácia nada habitual, a baliza de Jovanovic manteve-se inviolável.

Do outro lado, foram-se sucedendo alguns erros e abordagens mais displicentes, e a Sérvia aproveitou: mais confortável na partida, o conjunto de Dobrivoje Mutavdzic abriu o marcador aos 22 minutos, com um belo golo de Cvetkovic, e fez o 2-0 aos 37 minutos, após um autogolo infeliz de Eduardo Felicíssimo.

O cenário não era bom para Portugal, embora, apesar de estar a vencer de forma justa, se sentisse que a Sérvia também não era imbatível.

Depois de um final de primeiro tempo difícil, assim como o início da segunda parte – a Sérvia acertou duas vezes nos ferros e podia ter «matado» o jogo –, Portugal acordou à hora de jogo.

Já depois de um enorme desperdício de Geovany Quenda, foi a vez de Damjanovic protagonizar um momento infeliz e reduzir para 2-1 com um autogolo.

A ineficácia esteve sempre lá – jovens lusos demonstraram até em certos momentos alguma falta de confiança para atirar à baliza em situações de clara vantagem –, mas a Seleção Nacional nunca desistiu, apesar de até ter sofrido alguns sustos na baliza defensiva.

Rodrigo Mora, sempre ele

E quem tem um Rodrigo Mora, tem tudo.

A um minuto dos 90, o pequeno genial do FC Porto surgiu com tudo na área e, com uma bela finalização, respondeu da melhor maneira ao cruzamento de Edgar Mota. 2-2 e seis minutos de compensação para se jogar.

Se os comandados de João Santos já estavam com tudo, mais por cima ficaram. Mora ficou perto do bis logo a seguir, Trovisco ameaçou com um remate de primeira aos 90+4 minutos e isso relevou-se um minuto depois como uma espécie de… ensaio geral.

Depois de mais um cruzamento de Edgar Mota, o médio de 16 anos apareceu solto de marcação na área e cabeceou para o fundo das redes, isto aos 90+5 minutos.

Reviravolta épica, não mentimos.

Portugal está assim pela terceira vez na final do Euro sub-17, e isso costuma ser bom sinal: nas outras duas finais que jogou, venceu. Vai defrontar a Dinamarca ou a Itália na partida decisiva de quarta-feira, às 18h30.