Frederico Gil perdeu a final do Estoril Open para Albert Montanes, mas viveu na mesma o sonho de fazer parte dela. O tenista português admitiu que podia ter feito mais, mas não deixa de estar orgulhoso pelo trabalho realizado e que o catapultou no ranking (será 104º a partir de segunda-feira).

«Para mim chegar à final foi um resultado único, um sonho, representa muito. Foi pena não ter ganho, podia ter feito um bocadinho mais na parte final, mas o Montanes fez um jogo mais sólido que eu do princípio ao fim, tem mais experiência, isso notou-se no final e quero felicitá-lo», analisou Frederico Gil, na conferência de imprensa que se seguiu à final.

Montanes bicampeão após vencer Gil em final épica

«Foi a minha primeira final, estava algo nervoso e ansioso, foi difícil gerir essas emoções. Mas consegui jogar a um nível excelente, agora tenho de manter este nível o máximo possível de semanas e, se o conseguir, os resultados vão aparecer. Estou no caminho certo para ser um jogador mais completo, mais difícil de jogar contra e as coisas hão-de vir ao de cima», perspectivou o tenista português, que considerou o ambiente no court central «fantástico e inacreditável».

O regresso aos bons resultados surgiu após o reatamento com o treinador João Cunha e Silva, antigo campeão português, mas Gil não se arrepende do passado. «Aconteceram várias situações, era uma experiencia que necessitava e hoje sinto-me uma pessoa mais completa, mais madura. Apercebi-me de outras maneiras de trabalhar, mas é com o João que vou chegar onde quero. Fazemos uma equipa espectacular e estou contente por este meu percurso. Às vezes temos de bater com a cabeça na parede para aprender com os erros.»

Também Albert Montanes recuperou o sorriso, depois de quase ter perdido a final para Frederico Gil. O espanhol 34º do ranking conquistou no Estoril Open a segunda vitória consecutiva em finais ATP, num total de quatro, palco onde se estreou num quadro principal em 2001.

«Estou muito contente por ter ganho, sabia que ia ser um jogo muito difícil por ele [Gil], que está a jogar bem, e pelo público. Tinha o jogo controlado, ele estava nervoso, tinha o apoio dos adeptos, mas tive a sorte de dar a volta no terceiro set e fui recompensado», reconheceu Montanes, que ainda não teve tempo para sentir a «euforia» do feito no Jamor, sucedendo a Thomas Muster: «É incrível.»

Montanes disse estar a atravessar «o melhor momento da carreira» e, nesse sentido, acredita que «num futuro não muito longínquo» chegará ao top 20.