Um manifestante morreu em Port Said em confrontos com a polícia, que retirou da cidade egípcia e entregou o controlo da segurança ao exército, uma exigência que vinha sendo feita há vários dias pela população.

«Foi decidido dar aos militares a responsabilidade de garantir a segurança do quartel-general da polícia», afirmou o ministro do Interior egípcio, ao cabo de semanas de confrontos entre polícia e habitantes que contestam as sentenças de morte atribuídas em janeiro a 21 adeptos do clube de futebol local.

No sábado, serão conhecidas no Cairo as sentenças de outros 52 arguidos acusados de envolvimento no motim desencadeado em fevereiro de 2011 entre adeptos do Al-Masry e do Al-Ahly, do Cairo, em que morreram 74 pessoas, a maior parte adeptos do clube cairota.

Entre os arguidos estão nove polícias e três dirigentes do Al-Masry.

Nesse dia, os polícias também sairão à rua em protesto, com os agentes da polícia de choque a recusarem atuar em Port Said.

Na quinta-feira, os manifestantes voltaram a atacar o quartel-general da polícia, que já foi incendiado várias vezes nos últimos dias.

«O que acontecer no sábado dependerá do veredito», afirmou um ex-deputado por Port Said, a-Badry al-Farghali, defendendo que seria melhor adiar o veredito, «ou o Egito ficará em chamas, aqui ou em outro lado qualquer».

Seja qual for o veredito, o contestado governo do presidente Mohamed Morsi terá que lidar com a contestação: se as penas forem pesadas, Port Said poderá continuar a ferro e fogo, e se forem ligeiras, os adeptos mais radicais do Al-Ahly já ameaçaram recorrer à violência.