3 de junho de 1990. Há 25 anos. No Jamor, Duílio, capitão do Estrela da Amadora, recebeu das mãos do primeiro-ministro Cavaco Silva, a Taça de Portugal, ganha frente ao Farense, numa final em que os três grandes do futebol português não tiveram lugar, e em que foi preciso um segundo jogo para apurar o vencedor.
O caminho
Na edição de 1989/90, Benfica, FC Porto, e Sporting, não chegaram sequer aos quartos de final. O Sporting foi eliminado pelo Marítimo, o Benfica caiu frente ao Vitória de Setúbal e o FC Porto, que ainda chegou aos oitavos, não passou pelo Tirsense. Se estas eliminações tão precoces eram novidade, maior surpresa seriam o nome dos finalistas.
Avisado, o Estrela da Amadora não teve o mesmo destino que os portistas e eliminou o Tirsense nos quartos de final. O Farense goleou a UD Valonguense e seguiu em frente sem dificuldades. Nas meias finais, as coisas complicaram-se. O Farense eliminou o Belenenses após prolongamento. Já ao Estrela da Amadora não chegou o prolongamento frente ao V. Guimarães, e foi mesmo preciso um jogo de desempate. No final de mais um prolongamento, os da Reboleira lá seguiram para a final.
A final... ou melhor, as finais
27 de maio de 1990. O Estádio Nacional tornou-se pequeno para tanta gente que queria assistir ao jogo. O Jamor encheu-se de adeptos do Estrela da Amadora, que estava há duas épocas na I divisão, e do Farense, que tinha disputado o campeonato da 2ª Divisão, mas já levava a subida garantida.
Nos bancos de ambas as equipas, dois treinadores que se tornariam históricos: João Alves era o técnico do Estrela, e Paco Fortes, o do Farense.
Dentro e fora do campo, os intervenientes fizeram o seu papel para o espetáculo. Os adeptos vibraram, agitaram bandeiras e cachecóis, e as vozes soaram até ao final. No retângulo verde, os jogadores conseguiam tudo, menos o golo. O relógio chegou assim aos 90 com um inútil 0-0. Mas os golos haveriam de surgir. No prolongamento, Nelson Borges marcou para o Estrela, mas o Farense não se deu por vencido e Fernando Cruz apontou o golo do empate.
Então e depois? As regras não mandavam repetir o jogo e foi isso que aconteceu. A festa da Taça ganhou uma nova data, e os adeptos voltaram a comparecer em massa e a encher o Jamor.
Desta vez não houve cá empates, nem foi preciso prolongamento. O jovem Paulo Bento, aos 30 minutos, e Ricardo Lopes, aos 63, apontaram os golos que deram a estrelinha aos da Reboleira. 13.º classificado da I divisão, o Estrela da Amadora conquistou aquela que viria a ser a única Taça de Portugal da sua história e apurou-se para as competições europeias.