Zinedine Zidane diz que a França de 1998 ganhou força com as críticas de Le Pen, o político de extrema-direita que contestou o carácter multiétnico da selecção que chegou ao título mundial.

«O que ele disse foi importante para ganharmos o título. Estávamos todos juntos e ganhámos graças a essa mescla, pela força de cada um e pela sua própria identidade. Para Le Pen foi tremendo ver dez negros a cantar «A Marselhesa», quase morreu. Isso é o que o desporto tem de bonito», afirmou o antigo jogador, que participou no Simpósio Europeu do Desporto, em Madrid.

Zidane também se referiu a Mourinho, novo treinador do Real Madrid, para dizer que é uma aposta natural do presidente do clube, de quem o francês é conselheiro: «É o presidente que acredita nele, mas no ano passado o Mourinho ganhou tudo. Eliminou o Barcelona e nesta altura não há melhor que isso.»

Tema de conversa obrigatório foi a agressão a Materazzi na final do Mundial 2006, o último gesto da carreira de Zidane. O francês voltou a justificar-se, dizendo que tentaria não fazer o mesmo se voltasse a encontrar-se naquela situação: «Foi um momento e as pessoas não sabem o que aconteceu. Tinha a minha mãe no hospital e foi um momento de stress. Tenho quatro filhos e não quero que nenhum faça isso. O desporto é para desfrutar. Isto aconteceu há quatro anos e ainda falam disso.»