Yazalde vive por este dias um dos melhores momentos da sua carreira. Na primeira experiência fora de Portugal, o avançado assumiu-se como figura de proa no líder do campeonato romeno.

Cedido pelo Sp. Braga ao Astra Giurgiu, Yazalde demonstra a sua felicidade em conversa com a Maisfutebol Total, admite ter saudades e considera ter condições para representar a seleção portuguesa.

O jogador natural de Vila do Conde sente-se bem no país de Leste mas reconhece que os primeros tempos foram difíceis: «Estou a sentir-me bem, fruto do meu trabalho e da equipa. Está toda a gente a trabalhar bem. Mas no início foi complicado, foi a língua, o clima, tudo novo e nem sequer contava ser emprestado».

Contando com outro português na equipa (Pedro Santos), o Astra Giurgiu está a realizar uma campanha surpreendente mas não entra em euforias. «Aqui quem luta pelo título é o Steaua de Bucareste e Cluj, nós não pensamos nisso. Temos uma equipa muito boa, estamos a jogar bem mas pensamos jogo a jogo e no fim fazem-se as contas».

Yazalde não assume a intromissão do Astra na luta pelo título e mostra-se satisfeito por estar a aproveitar a oportunidade: «Felizmente estou a jogar e a fazer golos. Como eu já disse, foi difícil, cheguei a meio e estou a aproveitar a oportunidade que me está a surgir».

«Já fiz grandes épocas em Portugal»

Chegou ao Astra com o campeonato já a decorrer, afirmou-se como titular indiscutível da equipa romena e leva quatro golos na sua conta pessoal, em onze jogos. No quarto empréstimo consecutivo, depois de ter sido cedido o Olhanense, Rio Ave e Beira-Mar, Yazalde não vê este momento como o melhor da sua carreira.

«Não acho que seja o melhor momento da minha carreira. Têm é dado mais ênfase porque estou fora do país. O que estou a fazer aqui já fiz no Rio Ave e no Beira-Mar, já fiz grandes épocas em Portugal. No Rio Ave e no Beira-Mar também fiz golos e jogava bem, mas estes clubes lutam por objetivos mais humildes, pela manutenção», referiu o jogador ao nosso jornal.


Durante a conversa, Yazalde aborda os diversos temas e conclui raciocínios em torno de um termo bem português: saudade. «Não há nada como o nosso país, tenho acompanhado o nosso futebol e dá sempre uma saudade. Temos sempre a família e os amigos para tudo aí, e aqui não». Desde o frio, passando pela língua, o jogador repetiu várias vezes que o início foi difícil.

Para isso também pesou o facto de a viagem para a Roménia ter sido programada de forma repentina, quando o avançado até estava a jogar em Braga: «Foi uma grande surpresa, mas o passado é passado. A direção falou comigo e depois da saída da Liga Europa disseram-me que não iria ter tantas oportunidades de jogar e que era melhor ser emprestado. Propuseram-me o Astra, vi o interesse deles e aceitei. Estou bem.»

«Sinceramente não penso no Braga»

Yazalde tem este sábado um jogo importante pelo Astra antes de partir de férias. Recebe o Steaua de Bucareste na luta pela liderança. Voltar ao clube no final do empréstimo entra nas coagitações do português? «Ninguém sabe o futuro. Quem sabe? Sábado entro de férias e depois há que trabalhar para a segunda volta correr melhor ainda».

Com contrato válido por mais três temporadas com o Sp. Braga, Yazalde ficou reticente quando questionado sobre a esperança de voltar ao clube minhoto. «Sinceramente não penso nisso. Estou aqui no Astra, sinto-me bem, só penso no Astra e em ajudar o Astra. Já não penso no Braga», atirou.

Um sorriso, seguido de um longo silêncio complementado por uma forte respiração foram o passaporte para falar da seleção nacional. Escasseiam avançados e Yazalde brilha na Roménia. Integrar a seleção orientada por Paulo Bento é um dos objectivos do jogador de 25 anos?

«Claro que qualquer jogador tem o sonho de jogar na seleção, mas não penso nisso. Se tiver que ir irei. Já joguei nas seleções desde os sub-15, até aos sub-21 e à seleção B. Gostaria de jogar na seleção e sei que tenho condições para isso, mas não depende de mim. Quem está lá tem feito um bom trabalho, e cabe ao treinador decidir se tenho ou não capacidades para ir. A mim compete-me trabalhar».

À distância, Yazalde aceita ainda falar sobre a presente temporada do Sp. Braga: «Claro que as coisas não estão a correr dentro das expectativas. Mas também, o Braga tem uma equipa jovem, está em construção e pode ainda fazer uma boa época. É como digo em relação ao Astra: no fim fazem-se as contas. Não vale a pena estar agora muito bem classificado e depois acabar mal.»

O avançado procurará manter a veia goleadora em 2014. Desde o início da temporada, disputou no total 15 jogos, 3 deles ainda no Sp. Braga. Curiosamente, marcou um golo pela formação arsenalista e precisamente na Roménia, na Liga Europa, frente ao Pandurii. Com o comboio em andamento, chegou ao Astra e fez a sua estreia à oitava jornada. Não perdeu tempo e leva já quatro golos em onze jogos.