Michelle Brito já é famosa no circuito mundial de ténis, mas por uma questão lateral. São os gritos da tenista portuguesa no «court» que fazem correr muita tinta, sobretudo depois da eliminatória de Roland Garros frente à francesa Aravane Rezai. Em Wimbledon, muitos antecipavam a repetição do espectáculo. E até houve quem levasse para o «court» aparelhos para medir a intensidade dos gritos. Mas Michelle surpreendeu todos e... calou-se.
A jovem eliminou a checa Klara Zakopalova, tornando-se a primeira portuguesa a superar uma eliminatória no quadro principal de Wimbledon, em silêncio. «Foi uma enorme desilusão para as enormes fileiras de repórteres», conta um artigo publicado no site oficial de Wimbledon, dedicado precisamente aos gritos de Michelle.
Na conferência de imprensa que se seguiu, a portuguesa disse estar farta da conversa dos gritos, mas também garantiu que não se vai calar, se disso depender uma vitória.
«Prefiro ser multada a perder um jogo porque tive de parar de gritar. Se o meu corpo sentir que tem de gritar mais, grita. Se não, fica calado», atirou Michelle, virando as atenções para o ténis: «Joguei muito bem. Comecei bem e não foi necessário gritar mais do que gritei hoje. Os gritos dependem da minha intensidade, e hoje joguei bem e mantive-me forte. Por isso, acho que não foi necessário gritar muito mais alto.»
Aos 16 anos, Michelle assume a ambição de chegar longe no ténis, e não está disposta a que algo tão «ridículo» como a história dos gritos a atrapalhe: «Estou finalmente no top 100 e não quero mudar nada, porque as coisas estão a encaixar. Não quero que nada disto dos gritos afecte a minha mente ou o meu ténis. Não quero deixar-me arruinar por algo que é um pouco ridículo.»