Vítor Pereira desconfia de tantos elogios ao F.C. Porto depois da grande campanha que a sua equipa está a realizar na Liga dos Campeões esta temporada. O treinador prefere motivar-se com os sentimentos que a equipa lhe transmite do que com as palavras que vêm do exterior, até porque, no passado, as criticas externas nem sempre foram positivas.
«Acredito mais naquilo que vem de dentro, naquilo que se sente, do que aquilo que vem de fora. Já atravessei uma época de muita critica em que, se a força interior não fosse forte, teria com certeza desistido a meio. Também não acredito nos elogios que vêm de fora, o que sentimos que vem de dentro é que é o elogio certo, é sentirmos que estamos solidários, com qualidade, mas que sabemos que qualquer adversário, em qualquer momento, nos pode criar problemas, se não conseguirmos ter estas qualidades bem presentes. Não acredito no elogio quando o elogio vem de muita gente que muitas vezes criticou sem conhecer. É de desconfiar», referiu.
O melhor elogio que se pode fazer ao F.C. Porto é que Hulk está completamente esquecido. «O melhor elogio é chegarmos ao final de um jogo e sentir que os jogadores estão satisfeitos com aquilo que realizaram. É evidente que há jogos mais inspirados para uns do que para outros, mas o que sinto é que a equipa está ligada, está unida e sabe o que quer. Vai ser um campeonato extremamente difícil, vamos já no domingo ter um jogo difícil e vamos ter de estar com os pés bem assentes na terra. É essa equipa ligada à terra que tenho sentido, isso para mim é que é o verdadeiro elogio», acrescentou.
A verdade é que no último jogo, frente ao Dínamo Zagreb, mesmo sem precisar de vencer, o F.C. Porto manteve a mesma dinâmica e atitude pressionante. «Trabalhamos para a evolução da equipa e temos evoluído nesse sentido, uma equipa que gosta de pressionar. Quanto mais depressa recuperarmos a bola, mais tempo temos para preparar o nosso jogo. Esse é o nosso jogo, um jogo de posse, de pressão, de uma equipa que gosta de criar situações de golo. Ao fim ao cabo, um jogo virado para a frente, em que aquilo que é ofensivo nos agrada. Gostamos de um jogo criativo, mas não gostamos de ter jogos partidos, fora de controlo. Gosto de ter jogos controlados e não se pode controlar um jogo com transições permanentes, sem ter a bola», comentou.
Nos últimos jogos, Fernando e Alex Sandro voltaram a ser opção. O treinador gosta de cmpetição no plantel, mas não diz quem joga em Braga. «Nunca respondi a esses tipo de questões. Os treinadores são para tomar decisões, as escolhas são em função do que é melhor para equipa em relação ao jogo que se vai disputar. Convivemos com um espírito competitivo, querem jogar todos, os que não jogam ficam tristes, mas ficam tristes reagindo pela positiva. É essa a equipa que tenho este ano», destacou ainda.