Vitor Pereira assumiu uma postura muito diferente da habitual, na conferência de imprensa desta sexta-feira. Assertivo, agitado, por vezes até agressivo, o treinador do F.C. Porto entendeu ser a hora de dar um murro na mesa publicamente e afastar, de uma vez por todas, as críticas sobre o seu trabalho. Só o tempo poderá dar razão, ou não, ao técnico.

Um dos pontos mais fortes da conversa terá sido o corte radical com o passado. Vitor Pereira disse alto e a bom som que a «última época é irrepetível». E recusou-se a fazer promessas. «Isso não.»

«Sabia o que ia passar este ano quando aceitei treinar o F.C. Porto. Temos é de ir em busca de um bom nível exibicional, mas isso só se faz com trabalho e paciência», alvitrou o treinador dos dragões, interessado também em puxar os adeptos para o seu lado. Isto, apesar da forte contestação sofrida à chegada do Chipre.

«Trabalhamos para os nossos adeptos. Há que perceber a insatisfação deles, mas ele também têm de entender que o ano passado acabou e que este ano há novas dificuldades. Estamos a começar, estamos à procura do nosso melhor. Quando as coisas correm mal, é normal que as emoções venham à flor da pele. Aceitamos as críticas, mas não as faltas de respeito», sublinhou Vitor Pereira.

O Maisfutebol quis saber se não seria legítimo, mais de três meses após o início do trabalho, esperar mais deste F.C. Porto. O treinador respondeu com números.

«O ano passado, nesta mesma jornada da Liga, também tínhamos dois empates. Este ano, tal como na época anterior, vencemos a supertaça. É exactamente o mesmo registo. A única diferença é no plano europeu. Mas a realidade da Liga Europa e da Liga dos Campeões é completamente diferente.»