O ano de 2013 registou uma diminuição de mais de metade das violações antidoping em relação às registadas em 2012, revelou hoje a Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP), na sessão de apresentação dos dados estatísticos, em Lisboa.

De acordo com a ADoP, em 2013 foram registadas 35 violações às normas antidoping, contra as 88 de 2012, o que representa 1,03%, do total de 3.404 amostras recolhidas (face 2,54% em 2012).

O número de amostras recolhidas diminuiu de 3.460 em 2012 para 3.404 em 2013, tendo-se verificado um aumento do número de recolhas fora de competição, de 1.482 para 1.581, e um aumento nas amostras de sangue.

As 35 violações às regras antidopagem de 2013 verificaram-se em 19 modalidades distintas, com o atletismo (sete), o ciclismo e o futebol (ambos com cinco cada) a liderarem a lista.

Luís Horta, presidente da ADoP e que sairá no final deste mês para assumir a liderança da Autoridade Brasileira de Controlo de Dopagem, destacou o decréscimo substancial no valor global, bem como nas modalidades de ciclismo – que passou de 11 para cinco – e de futebol –, em que a descida foi de 18 para cinco. «Houve um decréscimo nas violações em relação ao sistema de localização», disse Luís Horta, citado pela Lusa, afirmando que se verificou também uma diminuição na deteção de canabinóides, devido a uma alteração da regulamentação da Agência Mundial Antidopagem (AMA).

Os resultados positivos por uso de canabinóides diminuiu de 52,2% para 25%, enquanto o aumento de anabolisantes subiu de 13% para 25%.

A diminuição do número de violações está também relacionada com uma diminuição significativa de violações associadas ao Sistema de Localização (menos 16 violações do que em 2012).

No entanto, mesmo levando em consideração a diminuição substancial das violações relacionadas com o Sistema de Localização e com a deteção de canabinóides, houve menos sete violações de normas antidopagem do que em 2012, o que, segundo Luís Horta, “demonstra que a dissuasão provocada por controlos de dopagem inteligentes começou a dar os seus frutos”.

A modalidade mais controlada foi o futebol (1.086 amostras), seguindo-se o ciclismo (637) e o atletismo (521).
O secretário de Estado do Desporto e Juventude, Emídio Guerreiro, considerou que os resultados são fruto do «excelente comportamento ético dos atletas» e do facto de «federações, clubes e atletas terem percebido a importância dos controlos antidoping».