André Villas-Boas, treinador do F.C. Porto, em declarações na sala de imprensa, no final do triunfo sobre o Villarreal, por 5-1, depois de ter estado a perder por 0-1 ao intervalo. Ainda assim, o técnico não acha que o F.C. Porto tenha sido melhor da primeira para a segunda parte:

«O F.C. Porto foi excelente na mesma na primeira parte, mas não foi eficaz na finalização. Bloqueámos a construção do Villarreal nas duas partes, arriscando com uma defesa subida. Quando assim é, sabemos que podemos sofrer em profundidade. Foi um risco que corremos, mas só uma defesa assim permite recuperações no meio campo adversário. Na segunda parte mudou a eficácia. A equipa continuou a roubar bolas, não mudou nada na forma de actuar, mas, claro, depois de marcar, o emocional pesa. O que eu fiz ao intervalo teve impacto zero.»

[Sobre a segunda parte:] «Esta equipa tem feito um número incrível de golos e tem um carácter ofensivo notório. Quem marca tanto em casa e fora, acredita sempre que pode chegar ao golo e felizmente para nós chegou cedo. Houve uma capacidade de transcendência destes jogadores que nos vai resolvendo partidas. Respeitamos muito o emocional e isso foi fundamental. E, claro, é preciso lembrar que o Twente caiu com 5-1 em Vila-real. Pensar que está feito é um conceito errado. A tarefa que nos espera na segunda mão é muito mais complicada que esta. Será um desafio de concentração e exigência. Em Moscovo queríamos eliminar o mais rápido possível o golo que eles fizeram aqui e esse sentimento tem de estar presente na equipa também em Vila-real.»

[O que disse aos jogadores ao intervalo?] «Não disse nada de especial ao intervalo. Nada foi decisivo para a reviravolta do jogo. Não é por o resultado ficar diferente que o treinador foi o mestre da táctica que deu uma lição e pôs a equipa a golear. A crença na reviravolta instalou-se a partir do primeiro golo. Repito o que tenho dito: somos líderes de um grupo de jogadores de um talento imenso que nos têm levado ao sucesso.»

[Como controlar a euforia dos adeptos?] «Só posso fazer um apelo à calma. Celebraremos uma passagem à final se o conseguirmos. A excitação está gerada à volta deste resultado, mas o Villarreal não é uma equipa fácil. Aproveito para pedir desculpa ao Garrido [treinador do Villarreal]. Pelo que percebi pela sua conferência de imprensa, ficou irritado por eu comparar a sua equipa ao Barcelona, mas não são palavras minhas. Não contava que tivesse levado a mal. Tenho o máximo respeito e não queria forçar essa comparação.»