Silvestre Varela está perto dos 40 golos na Liga (passou a somar 38, depois do bis ao Gil Vicente). Para um extremo com cinco épocas em clube grande não é excecional. Mas também não é mau.

Desde 2005/06, quando foi emprestado pelo Sporting ao Vitória de Setúbal, que o extremo não joga menos de mil minutos na Liga, por época. Nunca foi totalista, ou andou lá perto, mas o registo não deixa de passar a ideia de uma certa regularidade.

Esta época tem quatro golos na Liga. Tantos como Josué, que os marcou todos de grande penalidade. E muito menos do que o avançado Jackson Martinez. É o segundo melhor marcador do FC Porto. Mais uma vez, não é um registo de deixar a boca aberta, mas não é mau. Apesar de haver extremos com mais, como por exemplo Héldon (9), Pardo (6) e Rafael Martins (6).

No FC Porto, ninguém conseguiu mais assistências para golo, na Liga, do que ele: quatro. E, advinhou, apesar de o número ser agradável, há quem faça melhor na Liga. Candeias, Alan e Barrientos, por exemplo.

Varela é, antes de tudo, um jogador de equipa. Fiável, comprometido com o coletivo, incapaz de arranjar problemas. Aliás, nunca foi expulso na Liga, o que sublinha esse lado tranquilo do internacional português.

Aos 29 anos, Varela já não será melhor do que isto. Sendo que isto, do meu ponto de vista, é muito bom. Não excecional, sim, mas muito bom. No Dragão, como na seleção nacional, os treinadores passam, mas com todos o extremo joga e apresenta rendimento. Provavelmente nunca terá os adeptos incondicionalmente do seu lado, o que se compreende: ele não joga para a bancada. Nunca jogou, nunca jogará. Tudo nele diz equipa.