Uma equipa em slow-motion e outra em fast-forward resultou num marcador dilatado para o Nacional, nesta tarde, no Bonfim. Foi tudo demasiado fácil para os madeirenses, que ao intervalo já venciam por 3-0 (seriam finais) e deixavam muitas, imensas, interrogações na cabeça de José Mota. O Vitória fechava o dia ou tentava ainda buscar o resultado, numa recuperação tremenda? Pelo que se via em campo, era quase impossível. E foi.

Os madeirenses vieram em força. O Vitória, por outro lado, tinha muitas baixas: caras que habitualmente habitam o relvado eram vistas na bancada e disso ressentiu-se a equipa sadina. O Nacional mostrou logo ao que vinha: entrou forte, criou perigo e aos cinco minutos já vencia. O golo inaugural, de Diego Barcellos, foi apenas a primeira amostra das dificuldades que a defesa do Vitória ia sentir ao longo do jogo.

Lenta, previsível, a equipa sadina era ferida pela rapidez dos avançados contrários. Mateus, Candeias, Diego Barcellos e Rondon fugiam quase sempre aos adversários e tinham espaço para quase tudo. A isto junte-se os laterais. João Aurélio e Marçal subiram como nunca na vida e desequilibraram. Em 45 minutos, contava-se com uma assistência para cada um e o resultado era de 3-0. Tudo simples para os madeirenses e a Arrábida para escalar para o sadinos, apesar de um ou outro lance para fazer golo (demasiado raros, no entanto).

José Mota tinha mexido depois do 2-0, mas os problemas continuaram. O meio-campo era macio, Igor tinha uma tarde de pesadelo e Tengarrinha também não se entendia com Candeias ou Mateus como acontecera com Suswam, o substituído. As oportunidades sucederam-se e os três golos de diferença até eram lisonjeiros.

Quase em replay

A pergunta que se deixava para o Vitória era respondida pelo Nacional. Os madeirenses não deram tréguas e voltaram ao campo com a memsa vontade com que saíram ao intervalo. O jogo quase que entrava em replay do primeiro tempo, mas, ao contrário do que aconteceu nos 45 minutos iniciais, não marcaram.

José Mota respondeu a esse assédio com a troca de Zé Pedro por Neca. O Vitória melhorou, é verdade, mas também pela menor vontade do Nacional que sentia que o resultado estava feito. Em suma, quem fechou o dia foram os madeirenses, apesar de uma parte final com novas ocasiões, todas elas desperdiçadas ou evitadas por Diego.

Assim, o Nacional volta a vencer no Bonfim, para a Liga, depois de 1989 e tem o sexto lugar à distância de quatro pontos. Ainda é possível, portanto.