Com um tumor cerebral em fase terminal que, nas palavras dos médicos, não lhe deixa mais do que sete semanas de vida, o alemão Robert Muller, guarda-redes de hóquei no gelo de uma equipa da I divisão, o Kolner Haie, vai voltar a competir esta sexta-feira, depois de seis meses e meio de paragem, para lutar contra a doença, diagnosticada há dois anos.
Operado duas vezes, a última das quais no passado mês de Agosto, Muller teve de deixar a competição em Abril, mas regressou aos treinos do Haie em Outubro, numa altura em que já tinha sido informado pelos médicos de que a sua condição não era reversível. Aos 28 anos, Muller superou a média de sobrevivência em tumores malignos deste tipo: segundo o médico Wolfang Wick explicou à revista «Der Spiegel», mais de 50 por cento dos pacientes não chega a viver um ano, e só três por cento chegam a resistir três anos à doença.
Continuando a treinar regularmente, e recusando-se a abordar a sua situação clínica, Robert Muller será a primeira escolha do treinador da equipa, Clayton Beddoes, adianta a AFP, depois da lesão sofrida pelo outro guarda-redes do plantel, Stefan Horneber. «Claro que estou muito contente por voltar a competir, embora lamente a lesão de Horneber», afirmou o homem que um jornal alemão, o Berliner Morgenpost, designou como «o guarda-redes mais corajoso da Alemanha».