Não há dinheiro mas não sobram ideias para o conquistar. «De uma fraqueza tivemos de fazer a nossa força. O relvado ficou impraticável com os destroços e tivemos de o retirar. Suspendemos as obras durante 15 dias e aproveitámos a Feira Medieval para encaixar algum dinheiro. Agora, com o relvado colocado, sabemos que para o ano não podemos fazer isso. Mas isto é um campo de futebol e não um parque de estacionamento», recorda Tiago Leal, presidente do Silves Futebol Clube, os 4 mil euros arrecadados, e que tanto jeito deram.

«No verão fartámo-nos de trabalhar nos eventos realizados na cidade. Este campo, como estava destruído e em terra batida, serviu de parque de estacionamento para a Feira Medieval. Estacionaram-se aqui, diariamente, 500 carros e ganhámos algum dinheiro. Mas era importante voltar a casa, e era necessário colocar um relvado. Acabámos por colocar um sintético, para que todas as nossas equipas pudessem jogar na cidade e no mesmo local, o que não acontecia antes, e com isso criar uma maior envolvência com a população. Os olhos também comem, e se repararem que a obra está a ser feita…», elucida os ganhos que o clube poderá ter, apesar da ausência da receita do improvisado parque de estacionamento.

«Lançámos mão à obra, até porque era importante mostramos que podem confiar nesta Direção. Trabalhámos para ter outras fontes alternativas de receita, estabelecemos parcerias, nomeadamente com o município de Silves, Junta de Freguesia - que nos cederam muitos materiais e apoio logístico -, e sobretudo apoio humano e máquinas. Temos uma proposta financeira para 2014 com a Câmara de Silves, para um apoio para as obras. Já gastámos 250 mil euros, e precisamos de pagar essas contas. Mas de uma forma justa e séria, e com o apoio dos silvenses, vamos conseguir», acredita Tiago Leal.

Para a reabilitação total, a direção do Silves FC tem as metas bem definidas: «Falta recuperar a pala da bancada - orçada em 100 mil euros -, continuar com a reconstrução de muros e vedações, reparar o Pavilhão Mário José, com danos na cobertura, e recuperar a sede.»

«Foi muito difícil e, sem estádio, mais complicado se tornou. Treinávamos num pelado e, numa primeira fase, jogámos sempre fora. Depois, os jogos em casa realizaram-se em Messines, que fica a 15 quilómetros de Silves», recorda.

Atualmente, e em seniores, o Silves Futebol Clube milita no campeonato distrital da A.F. Algarve. «Temos perto de 400 atletas, com cerca de 250 no futebol. Queremos estabilizar o clube para garantir o futuro, que poderá ser mais risonho, a nível desportivo. Mas com os pés bem assentes na terra. Temos uma boa equipa, que joga à antiga, sem ordenados, e por amor ao clube», define Tiago Leal, sem pressas num retorno do futebol sénior aos campeonatos nacionais.