Ulisses Morais é um perito na recuperação de equipas e na gestão de teatros de crise. E como tal sabe que, nestas alturas, o elemento psicológico pode ser um trunfo determinante e deve ser trabalhado a cada instante porque um simples detalhe pode deitar tudo a perder.
O treinador do Beira Mar preocupa-se, por conseguinte, em colocar os atletas o mais confortáveis possível em vésperas de mais um jogo importante, este domingo, com o Nacional.
«Sabemos que podemos perder, mas não equacionamos cenários de derrota. Há três resultados possíveis, mas eu gosto de trabalhar sobre dois, com prioridade para um deles. Devemos trabalhar num quadro de otimismo. Recuso-me a cenários de desgraça, de cabeça caída, coitado de mim, estou lixado e tal... não é nesse estado que estou na vida, nem é assim que assumo a liderança ou preparo o regresso às vitórias», afirmou o experiente treinador.
«Estou otimista em função daquilo que é a dedicação, o caráter dos atletas, e o projeto posto em prática para o jogo. Vejo a confiança dos jogadores, que conhecem a estratégia e procuram concretizá-la. Sinto que o plano pode resultar, mas são eles que o colocam em prática. Se não correr bem, estarei aqui para dar a cara e assumir a responsabilidade como sempre faço», completou, deixando algumas perspetivas para o encontro:
«É um jogo com uma dimensão um pouco à imagem do que aconteceu na partida anterior em casa, com o Gil. Sendo equipas muito parecidas, têm traços individuais diferentes que fazem com que o momento do Nacional, provavelmente, seja melhor do que o do Gil na altura. Mas, às vezes, basta um clique e a seguir a uma derrota uma equipa ganha duas vezes sem que ninguém estivesse a contar.»

O Nacional, diz Ulisses, vai obrigar a grandes cuidados, mas não tira o sono ao técnico. «Tem jogadores rápidos no ataque, com qualidade, e faz muito uso dessas características. São fortes na transição e estão confiantes. Apesar de não terem tido o melhor resultado na última ronda, fizeram uma boa exibição. É uma equipa perigosa, difícil, mas que não devemos temer», sentenciou.
Finalmente, no plano clínico, adivinham-se mais dores de cabeça para os aveirenses. Pedro Moreira, Nuno Coelho, Turan e Artur estão com problemas e só perto da hora do jogo se saberá se estarão aptos. Na pior das hipóteses, haverá apenas 16 jogadores de campo disponíveis. O técnico, todavia, prefere esperar pela manhã de domingo para divulgar os convocados.